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dissertação revisada para biblioteca - Centro de Referência Virtual ...

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movimentos negros, a preocupação com a criação <strong>de</strong> leis contra o racismo e a inclusão da<br />

História e Cultura Afro-brasileira nas escolas da re<strong>de</strong> pública e da re<strong>de</strong> privada <strong>de</strong> ensino.<br />

Segundo Gomes,<br />

Os negros perceberam a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> articulação e organização a fim <strong>de</strong> lutarem<br />

coletivamente, reivindicarem e conquistarem respeito, reconhecimento, dignida<strong>de</strong>,<br />

po<strong>de</strong>r, participação política, emprego, terra e educação. E, entre essas ban<strong>de</strong>iras <strong>de</strong><br />

luta, a educação se tornou prioritária, uma vez que o analfabetismo e lenta inserção<br />

nas escolas oficiais se constituíam em um dos principais problemas <strong>de</strong>ssa<br />

população <strong>para</strong> a inserção no mundo do trabalho. (2010, p. 699)<br />

Tais reivindicações conquistaram muita força na socieda<strong>de</strong>, prova disso foi a<br />

realização <strong>de</strong> encontros, palestras, fóruns e seminários <strong>para</strong> discutir o assunto, <strong>de</strong>ntro e fora<br />

dos movimentos sociais negros, em escolas, faculda<strong>de</strong>s, organizações não governamentais<br />

<strong>de</strong>ntre outros espaços. De acordo com Santos e Siman,<br />

esse movimento tem contribuído <strong>para</strong> alterar a tradicional recusa da socieda<strong>de</strong><br />

brasileira <strong>de</strong> <strong>de</strong>bater as questões raciais, recusa esta fortemente ancorada no mito da<br />

<strong>de</strong>mocracia racial, cuja ampla difusão contribuiu <strong>para</strong> a construção <strong>de</strong> uma autoimagem<br />

<strong>de</strong> socieda<strong>de</strong> livre <strong>de</strong> preconceitos e conflitos raciais, ou, quando muito,<br />

uma socieda<strong>de</strong> em que o racismo se apresentaria <strong>de</strong> forma mais “branda” e menos<br />

violenta. (2008, p.01).<br />

Em outros termos, é preciso reiterar sempre que algumas conquistas relativas à população<br />

negra no país não po<strong>de</strong>m ser vistas como “concessões” e sim como conquistas <strong>de</strong> movimentos<br />

organizados da socieda<strong>de</strong> civil e <strong>de</strong> grupos políticos em alguns partidos no país.<br />

Com efeito, na reformulação da Lei <strong>de</strong> Diretrizes e Bases da Educação Nacional,<br />

em 1996, a proposta <strong>de</strong> alteração do currículo escolar que esteve presente na constituinte <strong>de</strong><br />

1988 novamente entra pauta. Os movimentos sociais negros estiveram representados pela,<br />

então senadora, Benedita da Silva, mulher negra do Partido dos Trabalhadores. Neste caso,<br />

po<strong>de</strong> se dizer que houve um pequeno avanço nas reivindicações do movimento negro, pois, a<br />

LDB – Lei <strong>de</strong> Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei 9394/96, em seu Art. 26, quarto<br />

parágrafo garante que: “o ensino <strong>de</strong> história do Brasil levará em conta as contribuições das<br />

diferentes culturas e etnias <strong>para</strong> a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes<br />

indígena, africana e européia” (BRASIL, 1996.).<br />

Apesar <strong>de</strong>sse pequeno avanço, somente em 09 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2003 a proposta do<br />

movimento foi aceita pelo presi<strong>de</strong>nte Luís Inácio Lula da Silva, que altera a LDB e institui a<br />

Lei 10.639/03, que traz a obrigatorieda<strong>de</strong> da temática História e Cultura Afro-brasileira nos<br />

currículos dos estabelecimentos <strong>de</strong> ensino, públicos e privados, do país. Além <strong>de</strong>sta Lei, o

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