dissertação revisada para biblioteca - Centro de Referência Virtual ...

festa, e, embutidas por um sentimento de oração reuniram-se para celebrar a eucaristia.
Segundo Beozzo, citado, também por Tosta,
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na experiência de qualquer povo a celebração, a festa, a liturgia são pontos de
confluência e de articulação de um grande número de materiais, simbólicos e
espirituais da mais alta significação. Aí se entrelaçam os usos e sentidos do espaço
e do tempo, das comidas e das cores, da dança e da música, das roupas e adornos,
dos gestos, das palavras e dos silêncios. (1997, p. 105)
Na celebração da Festa de Bom Jesus, no Quilombo, estavam presentes materiais
extremamente simbólicos e espirituais para aquele sofrido povo do sertão: o padre, a
eucaristia, a Bandeira de Bom Jesus, a marujada, a igrejinha toda ornamentada, o coreto ao ar
livre, a refeição após a missa, as palavras ditas e não ditas durante o abraço da paz, e, por fim,
seus participantes. Cada um com um significado especial naquele espaço e naquele tempo.
Como a igreja era muito pequena, a celebração da missa foi feita em frente à mesma.
Do lado de fora já havíamos enfeitado um pequeno coreto de madeira, caso não desse para
celebrar no interior da igreja. Dona Maria havia mandado digitar os cânticos da celebração
para distribuir para os fiéis. No alto da folha estava escrito “Festa do Senhor Bom Jesus do
Quilombo”.
Figura 64 – Missa ao ar livre
Fonte: Foto da autora, 2011