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dissertação revisada para biblioteca - Centro de Referência Virtual ...

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No trabalho <strong>de</strong> Reis (2003) em Chacrinha dos Pretos, comunida<strong>de</strong> pertencente a<br />

Belo Vale, em Minas Gerais, a autora buscou compreen<strong>de</strong>r <strong>de</strong> que forma os processos <strong>de</strong><br />

construções i<strong>de</strong>ntitárias étnico-raciais são abordados numa escola localizada em uma<br />

comunida<strong>de</strong> remanescente <strong>de</strong> quilombo. Nesta busca ela consi<strong>de</strong>rou as relações que são<br />

estabelecidas entre os professores e alunos, sem <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar o contexto social da<br />

comunida<strong>de</strong>. A autora <strong>de</strong>staca que a escola freqüentada pelas crianças, adolescentes e jovens<br />

da comunida<strong>de</strong> não constitui um espaço <strong>de</strong> afirmação ou construção positiva das i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s<br />

dos sujeitos que ali estudam, uma vez que, além <strong>de</strong> não incluir em seu currículo conteúdos<br />

relacionados à história da comunida<strong>de</strong>, também reproduz discursos e estereótipos negativos<br />

sobre a população negra.<br />

Souza (2009) investigou os processos <strong>de</strong> construção da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> moradores do<br />

Quilombo Brotas, a partir do seu reconhecimento oficial como comunida<strong>de</strong> remanescente <strong>de</strong><br />

quilombo. A comunida<strong>de</strong> fica situada na área urbana <strong>de</strong> Itatiba, São Paulo. Nesta empreitada a<br />

autora consi<strong>de</strong>rou os processos educativos formais, informais e não formais envolvidos.<br />

Segundo ela, os espaços e tempos <strong>de</strong> educação não formal e informal, influenciam <strong>de</strong> forma<br />

positiva na construção <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> quilombola pelo grupo, no qual,<br />

os moradores apren<strong>de</strong>m e ensinam o sentido <strong>de</strong> ser quilombola <strong>de</strong>ntro e fora do<br />

território, constroem saberes em torno da luta política em <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> suas terras,<br />

re<strong>de</strong>scobrem o valor <strong>de</strong> sua história e o significado dos quilombos ontem e na<br />

atualida<strong>de</strong>. (2009, p. 151)<br />

No entanto, Souza adverte que a escola, espaço <strong>de</strong> educação formal, se configura<br />

como um “espaço on<strong>de</strong> são produzidos e reproduzidos discursos que seguem na contramão da<br />

luta das populações quilombolas” Ela salienta ainda que a escola freqüentada pelos moradores<br />

da comunida<strong>de</strong> fica localizada fora <strong>de</strong> seus territórios e que se configura em um espaço que<br />

“<strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ra a diversida<strong>de</strong> cultural e os conflitos <strong>de</strong>la <strong>de</strong>correntes”. (2009, p. 152-155).<br />

Em sua pesquisa <strong>de</strong> mestrado <strong>de</strong>fendida na PUC-Minas em 2009, Leite procurou<br />

fazer uma articulação no que diz respeito às políticas públicas que tratam das diferenças e<br />

como essas políticas são institucionalizadas na escola, bem como, como se dá o processo <strong>de</strong><br />

construção da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> das crianças moradoras da comunida<strong>de</strong> rural “Lagoa Trinda<strong>de</strong>”, Sete<br />

Lagoas, Minas Gerais. Segundo ela,<br />

A pesquisa procurou problematizar a complexa discussão sobre culturas e<br />

diferenças, privilegiando o olhar da criança quilombola e <strong>de</strong>scobriu vieses<br />

contraditórios nos olhares da criança sobre si mesma e a negação em alguns<br />

momentos da sua corporeida<strong>de</strong> negra. Os resultados mostraram que a escola precisa<br />

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