dissertação revisada para biblioteca - Centro de Referência Virtual ...
dissertação revisada para biblioteca - Centro de Referência Virtual ...
dissertação revisada para biblioteca - Centro de Referência Virtual ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
36<br />
<strong>para</strong> uma possível ascensão social. Ela <strong>de</strong>monstra com sua pesquisa que as escolas da zona<br />
rural são realida<strong>de</strong>s relevantes <strong>para</strong> serem estudadas, que possuem especificida<strong>de</strong>s que po<strong>de</strong>m<br />
<strong>de</strong>spertar o interesse dos pesquisadores, basta que esses tenham um olhar mais atento <strong>para</strong><br />
essa possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estudo.<br />
Vanda Silva (2000), fez sua pesquisa <strong>de</strong> mestrado sobre os jovens <strong>de</strong> Chapada do<br />
Norte – MG. E, apesar <strong>de</strong> não se tratar <strong>de</strong> uma pesquisa específica sobre a juventu<strong>de</strong> negra,<br />
ela procurou enten<strong>de</strong>r como se dá a construção da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> dos jovens daquele município.<br />
Para isso ela ouviu e observou jovens do meio urbano e do meio rural, fazendo uma espécie<br />
<strong>de</strong> com<strong>para</strong>ção entre ambos, no que diz respeito aos seus modos <strong>de</strong> agir, sentir, pensar e<br />
representar. Bem como suas expectativas e frustrações originadas por influências dos adultos,<br />
e das migrações, tão comuns nessa região. Ela chegou à conclusão que,<br />
em Chapada do Norte, a relação entre jovens e adultos maduros sugere contraste e<br />
complemento, pois - pelo observado - a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> juvenil se firma a partir dos<br />
mo<strong>de</strong>los que são transmitidos, mas opõe-se na medida em que também buscam<br />
viver sua individualida<strong>de</strong>, abrindo brechas rumo a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong>sejada, porém<br />
cerceada. (SILVA, 2000, p. 175).<br />
Pesquisas feitas fora da zona rural e sobre o MST são encontradas em maior<br />
quantida<strong>de</strong>. Muitas têm procurado enten<strong>de</strong>r as relações e interações <strong>de</strong> jovens, adolescentes e<br />
crianças afro<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes no interior das escolas, com a escola ou a família e as formas <strong>de</strong><br />
preconceitos que surgem nessas interações. Alguns estudiosos 1 discutem a questão através <strong>de</strong><br />
enfoques curriculares; outros voltados <strong>para</strong> políticas públicas.<br />
Especificamente sobre as relações que são estabelecidas entre a educação e as<br />
constituições i<strong>de</strong>ntitárias étnico-raciais quilombolas, os trabalhos são ainda em pequena<br />
quantida<strong>de</strong> e po<strong>de</strong>mos citar os <strong>de</strong>: Maria Batista Lima (2001), Maria Clareth Reis (2003),<br />
Márcia Lúcia Anacleto <strong>de</strong> Souza (2009) e Gisélia Leite (2009).<br />
Em sua pesquisa, Lima (2001) estudou a Comunida<strong>de</strong> Quilombola <strong>de</strong> Mussuca, no<br />
município <strong>de</strong> Laranjeiras, Sergipe. A autora enten<strong>de</strong>u que a comunida<strong>de</strong> possui manifestações<br />
culturais que contribuem <strong>para</strong> o fortalecimento da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus moradores. Mas, que a<br />
escola que os estudantes locais freqüentam não contribui <strong>para</strong> o fortalecimento <strong>de</strong> tais<br />
i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s, pois, ignora suas vivências e experiências cotidianas, contribuindo <strong>para</strong> fortalecer<br />
o preconceito.<br />
1 Luiz Alberto Gonçalves (1985). Consuelo Silva (1995). Rita Fazzi (2004). Luiz Carlos Paixão da Rocha<br />
(2006). Lorene dos Santos (2008).