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A filha da feiticeira - Paula Brackston

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caminho com cui<strong>da</strong>do na direção dos sons. Depois de caminhar um pouco,<br />

vislumbrou chamas entre os troncos. Havia fogo queimando em uma clareira à<br />

frente. Bess se aproximou cautelosamente, ficando o mais perto que ousava, não<br />

querendo ser descoberta espionando. Ela chegou a um carvalho alto e largo, e olhou<br />

por detrás dele. O que viu a forçou a pressionar a boca com o punho para abafar um<br />

grito.<br />

Havia, de fato, um fogo grande e furioso queimando com brilho e feroci<strong>da</strong>de<br />

sobrenaturais. Em torno dele, <strong>da</strong>nçavam criaturas tão horríveis que certamente<br />

deveriam ter saído direto do pior dos pesadelos. Uma delas tinha a cabeça de um<br />

lagarto, mas o corpo de uma ovelha. Outra deslizava com a barriga, feito uma cobra,<br />

mas era coberta por um cabelo grosso e emaranhado. Morcegos do tamanho de<br />

perus saltavam dos galhos. Guinchos sobrenaturais e gritos acompanhavam a<br />

música, que, por sua vez, vinha de um gigante careca coberto de pústulas. Ele batia<br />

em um enorme tambor, balançando seus grandes braços para baixo com força<br />

assustadora. Ao lado dele, um rapaz bonito, com a parte inferior do corpo e as<br />

pernas de uma cabra, soprava um conjunto de tubos. Um homem mais velho do que<br />

parecia ser possível dedilhava uma harpa, suas sobrancelhas grossas de sujeira<br />

contorcendo-se em sua concentração. Outras criaturas rodopiavam enlouqueci<strong>da</strong>s,<br />

<strong>da</strong>nçando e gritando. Uma ninha<strong>da</strong> de demônios mamava em uma porca enorme<br />

enquanto ela cochilava. Duas criaturas pareci<strong>da</strong>s com doninhas começaram a brigar<br />

com tal vigor que uma delas abocanhou o pescoço inteiro <strong>da</strong> outra, cortando fora a<br />

cabeça rosnante <strong>da</strong> rival. Do lado mais distante do fogo, havia um vulto em pé, de<br />

costas para Bess, os braços erguidos em súplica. Ele usava uma longa capa. Dele<br />

vinha um cântico que Bess reconheceu de seus estudos. A voz também era<br />

inconfundível. Ca<strong>da</strong> nervo de Bess gritava para que corresse para longe, mas ela não<br />

conseguia deixar de observar Gideon. Ao terminar o cântico, ele se virou, e a luz do<br />

fogo iluminou seu rosto.<br />

Naquele momento, as chamas dobraram de altura. Elas retorciam e rugiam,<br />

como se duas formas estivessem se contorcendo dentro delas. As formas tornaramse<br />

sóli<strong>da</strong>s, transformando-se em duas mulheres nuas saindo do fogo. As mulheres se<br />

enroscaram em Gideon, beijando-o e insinuando-se para ele, desatando o fecho de<br />

sua capa e fazendo com que ela caísse a seus pés, deixando-o nu, assim como elas<br />

estavam. Ele empurrou uma <strong>da</strong>s mulheres para o chão, virando-a para que pudesse<br />

penetrá-la por trás. A mulher-demônio soltou um grito horrível de prazer quando<br />

ele penetrou entre suas nádegas. A segun<strong>da</strong> mulher se ajoelhou e se ocupou em<br />

lamber suas coxas enquanto ele continuava a obter prazer <strong>da</strong> criatura que gritava

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