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A filha da feiticeira - Paula Brackston

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Simon olhou diretamente para Eliza agora, seus olhos verdes captando o<br />

olhar dela. Ela sentiu que corou um pouco e ficou surpresa ao achar a experiência<br />

muito agradável.<br />

— Dra. Hawksmith — disse ele lentamente —, teremos o maior prazer em<br />

recebê-la em nossa casa.<br />

Naquela noite, bem depois <strong>da</strong>s nove horas, Eliza terminou a ativi<strong>da</strong>de em<br />

sua clínica sentindo-se ain<strong>da</strong> mais exausta do que era habitual. O tempo quente se<br />

tornara fechado e trovejante, com o som distante de tambores avisando que uma<br />

tempestade se aproximava. Ela acompanhou até a saí<strong>da</strong> a última de suas pacientes,<br />

Lily, e sua amiga Martha, que tinha vindo para apoiá-la. As mulheres saíram do<br />

pequeno quintal rindo. Embora estivesse gravemente doente, o humor de Lily havia<br />

melhorado com os cui<strong>da</strong>dos de Eliza e também com a medicação que ela a fizera<br />

tomar. Não era algo que poderia ser encontrado na farmácia local. Era uma receita<br />

própria de Eliza e não se destinava a tratar a doença <strong>da</strong> pobre menina, mas sim a<br />

melhorar o mal-estar que vinha com ela. Eliza levou a placa do portão para o fundo<br />

do quintal. Nisso, um ruído nas sombras do beco fez seu coração disparar.<br />

— Quem está aí? — gritou ela, tentando soar corajosa, mesmo que não se<br />

sentisse assim. — Mary Ann? Sally, é você?<br />

Não houve resposta, mas Eliza tinha certeza de que alguém estava escondido<br />

na escuridão. Ela esperou, mas quem quer que fosse optou por não aparecer. Mais<br />

uma vez, começou a sentir um frio apavorante penetrando seu corpo. Queria correr<br />

para dentro, mas estava muito nervosa para virar as costas para o vulto escondido.<br />

De repente, ouviu um estalo duplo agudo. O pequeno barulho, que poderia ser um<br />

relógio sendo fechado ou o topo de uma bengala oca sendo empurrado, sacudiu-a<br />

de seu estado de imobili<strong>da</strong>de. Eliza fechou o portão com uma bati<strong>da</strong> e atravessou o<br />

pátio correndo, sem olhar para trás. Uma vez lá dentro, fechou a porta superior e<br />

inferior e encostou-se contra ela, arfando. Sua mente se recusando a aceitar a ideia<br />

de que mais uma vez seu esconderijo havia sido descoberto.

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