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A filha da feiticeira - Paula Brackston

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— Dr. Gimmel! — A enfermeira Morrison rapi<strong>da</strong>mente deixou os<br />

instrumentos sobre a mesa e correu até ele. Quando colocou as mãos sobre o<br />

cirurgião, ela gritou, cambaleando para trás, olhando incrédula para as queimaduras<br />

que latejavam em suas palmas. Simon estalou os dedos uma segun<strong>da</strong> vez, e a<br />

enfermeira caiu no chão, como se tivesse sido atingi<strong>da</strong>. Ela ficou deita<strong>da</strong>, imóvel,<br />

aos pés de Eliza, com uma <strong>da</strong>s mãos queima<strong>da</strong>s caí<strong>da</strong> sobre a mistura de serragem e<br />

sangue na caixa embaixo <strong>da</strong> mesa.<br />

Eliza não se moveu, apenas gritou:<br />

— Corra, Roland. Por pie<strong>da</strong>de, fuja deste lugar!<br />

Roland abriu a boca para protestar, mas fora muito lento. Com um<br />

movimento de seu pulso, Simon fez a bandeja de instrumentos cirúrgicos se levantar<br />

e pairar sobre a cama. As lâminas de aço dos bisturis brilharam por um segundo,<br />

antes de três deles erguerem-se <strong>da</strong> bandeja e, em segui<strong>da</strong>, cortarem o ar com<br />

veloci<strong>da</strong>de sobrenatural. O primeiro perfurou a mão de Roland quando ele levantou<br />

os braços à sua frente num gesto inútil de defesa. O segundo cortou a garganta dele,<br />

abrindo-a; e o terceiro penetrou seu coração enquanto ele caía silenciosamente ao<br />

chão.<br />

Simon virou-se para Eliza. Ele sorriu mais uma vez, a expressão suave<br />

contrastando com suas intenções malignas.<br />

— Minha queri<strong>da</strong> Bess, não lhe perturba ver seu amado Simon<br />

comportando-se desta maneira? Perdoe-me. — Ele se curvou, movimentando o<br />

braço em um gesto elaborado. Quando se endireitou, não era mais Simon quem<br />

estava diante de Eliza, mas Gideon. — Pronto. Não é melhor assim? Finalmente<br />

chegamos a este ponto. Na<strong>da</strong> mais de jogos, Bess. Na<strong>da</strong> mais de fugas. Só eu e você,<br />

cara a cara.<br />

— Para trás — disse Eliza, usando ca<strong>da</strong> pe<strong>da</strong>ço de coragem que possuía para<br />

não fugir. — Abigail não fez na<strong>da</strong> de errado. Eu vou curá-la. Não vou deixar você me<br />

impedir.<br />

— Oh, por favor, não se incomode com Abigail. Ela é muito mais saudável do<br />

que você pode imaginar.<br />

Eliza olhou para a paciente, disposta a não deixá-la escapar. Seu coração<br />

quase parou quando viu Abigail olhando diretamente para ela. Seus olhos estavam<br />

bem abertos, e ela assistia ao procedimento com uma leve expressão de<br />

curiosi<strong>da</strong>de, na<strong>da</strong> mais.

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