14.04.2017 Views

A filha da feiticeira - Paula Brackston

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

203<br />

— Por favor me deixe ir! — Eliza se livrou dos braços do homem, mas ele a<br />

prendeu contra a pedra bruta, fazendo-a perder as forças, e seu peso era, no<br />

mínimo, o dobro do dela.<br />

dela.<br />

— Agora, então, que tal um beijinho, hein? — Seu rosto foi em direção ao<br />

Eliza virou a cabeça e gritou, mas o bêbado não seria tão facilmente<br />

dissuadido. Ao sentir a mão dele forçando caminho por dentro <strong>da</strong> frente de seu<br />

vestido, chutou as canelas dele, mas o homem estava tão anestesiado pela cerveja<br />

que mal se esquivou.<br />

— Então você gosta de um jogo difícil, não é? Tudo bem, se é isso que você<br />

quer, sua prostitutazinha! — Ele arrancou sua roupa, rasgando o corpete de seu<br />

vestido e expondo seu espartilho. Então, mergulhou o rosto em seu peito. Eliza<br />

abriu a boca para gritar novamente, mas, naquele momento, o bêbado foi arrastado<br />

para longe dela com uma veloci<strong>da</strong>de surpreendente. Alguém dotado de enorme<br />

força pegou-o pela nuca e o puxou para cima, jogando-o para trás, sobre os<br />

paralelepípedos molhados.<br />

— Que diabos...? — O homem tentou se equilibrar para se levantar,<br />

atordoado com a mu<strong>da</strong>nça repentina em sua posição de atacante para atacado.<br />

Do nevoeiro, surgiu um vulto alto, usando cartola e capa. Gresseti. Eliza<br />

puxou suas roupas sobre os seios expostos. O bêbado levantou e atirou-se sobre<br />

Gresseti, que desviou, fazendo com que o agressor caísse mais uma vez estatelado<br />

na sarjeta.<br />

— Seu bastardo — gritou ele enquanto se debatia sobre os escombros e a<br />

sujeira. — Você vai ter o que merece! Vou lhe ensinar a não colocar as mãos em<br />

mim! — O homem estava prestes a se levantar pela segun<strong>da</strong> vez, quando, em um<br />

movimento rápido, Gresseti removeu a ponta de sua bengala e tirou uma espa<strong>da</strong><br />

reluzente. Ele encostou a ponta na garganta do bêbado, que congelou.<br />

— Eu creio, signor — disse Gresseti lentamente —, que seria melhor deixar<br />

este lugar enquanto ain<strong>da</strong> é capaz de fazer isso.<br />

Houve um momento de silêncio absoluto antes de o homem fugir. Gresseti<br />

olhou-o se afastar. Eliza não tirava os olhos Gresseti. Depois de uma curta pausa, ele<br />

embainhou a espa<strong>da</strong> e fechou a tampa. Silenciosamente. A ponta de prata <strong>da</strong><br />

bengala, que formava a empunhadura <strong>da</strong> arma, foi devolvi<strong>da</strong> ao seu lugar com uma

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!