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A filha da feiticeira - Paula Brackston

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41<br />

Anne falou suavemente com Mary.<br />

— Você já tentou mover o bebê pelo lado de dentro?<br />

— Já — assentiu Mary —, mas ela é uma moça pequena. Não há espaço para<br />

as minhas mãos ossu<strong>da</strong>s.<br />

As duas mulheres olharam para os dedos tortos de Mary, atingidos pela<br />

artrite, e para as mãos firmes, mas largas, de Anne. Ela se virou para Bess.<br />

— Deixe-me ver suas mãos.<br />

— O quê?<br />

— Rápido, Bess, mostre-me suas mãos.<br />

Bess fez o que sua mãe lhe pediu. Anne e Mary examinaram<br />

cui<strong>da</strong>dosamente. Elas olharam uma para a outra e então olharam para Bess. Anne<br />

ergueu as mãos <strong>da</strong> <strong>filha</strong>, apertando-as enquanto falava.<br />

— Bess, você deve ouvir minhas palavras com atenção. Faça exatamente o<br />

que eu lhe disser, nem mais, nem menos. Mova as mãos com cui<strong>da</strong>do, mas com<br />

firmeza.<br />

— Você quer dizer... mas eu não posso, mamãe. Não posso!<br />

— Você deve! Só você pode fazer isso. Se não fizer, mãe e filho vão morrer<br />

esta noite. Está me ouvindo?<br />

Bess abriu a boca para protestar, mas não conseguiu encontrar as palavras.<br />

Já havia aju<strong>da</strong>do seu pai, que também percebera o valor de suas pequenas mãos,<br />

nos partos dos bezerros. Aju<strong>da</strong>ra nos partos dos cordeirinhos. Estivera presente<br />

quando Margaret nascera, embora se lembrasse de pouco além <strong>da</strong> expressão<br />

determina<strong>da</strong> de sua mãe. Ela via aquela mesma determinação agora e sabia que não<br />

tinha forças para mudá-la. Antes que pudesse pensar mais, sua mãe mandou buscar<br />

uma bacia de água quente e fez com que Bess lavasse as mãos. Anne as enxugou<br />

com linho limpo e as esfregou com óleo de lavan<strong>da</strong>. Durante todo o tempo, a<br />

senhora Prosser e as outras mulheres observavam aquelas práticas estranhas com<br />

desdém. Anne levou Bess até a cama antes de se posicionar ao lado de Sarah,<br />

colocando as mãos em sua barriga mais uma vez. Ela assentiu com a cabeça para<br />

Bess.<br />

Bess olhou para a jovem que estava deita<strong>da</strong> à sua frente. Seu peito arfava<br />

com o esforço e a dor do parto. Seu rosto estava assustadoramente pálido. Ela

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