14.04.2017 Views

A filha da feiticeira - Paula Brackston

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

176<br />

desdenta<strong>da</strong>s se dirigiram para o número 62 <strong>da</strong> rua Hebden Lane. Uma vez houve<br />

problemas quando um cliente impaciente de uma <strong>da</strong>s prostitutas cansou de esperála<br />

do lado de fora do muro alto do quintal e invadiu a casa. A menina que ele<br />

procurava ficou furiosa e partiu para cima dele com um candeeiro de mesa, até que<br />

as outras mulheres presentes arrastaram a dupla para fora <strong>da</strong> casa e para longe do<br />

alcance dos ouvidos <strong>da</strong> sra. Garvey. Ain<strong>da</strong> assim, Eliza foi avisa<strong>da</strong> de que uma<br />

segun<strong>da</strong> ocorrência como aquela faria com que a clínica fosse fecha<strong>da</strong>. Desde então,<br />

as <strong>da</strong>mas <strong>da</strong> noite policiavam elas mesmas a área, nunca permitindo que seus<br />

rapazes se aventurassem em qualquer lugar perto <strong>da</strong> casa ou de sua ama<strong>da</strong> médica.<br />

Eliza empurrou a janela para abri-la, prendendo a porta para mantê-la<br />

aberta, e desaferrolhou o portãozinho do quintal. Pendurou nele uma pequena<br />

placa de madeira com seu nome e depois voltou para dentro. Ela havia mobiliado a<br />

sala, às próprias custas, com uma mesa e cadeiras, embora a sra. Garvey tenha<br />

insistido para que os móveis passassem por uma inspeção, por medo de cupins,<br />

antes de deixá-los entrar. Havia também uma cama estreita atrás de uma divisória<br />

improvisa<strong>da</strong>, onde podia examinar suas pacientes. Um armário com cadeado<br />

continha ataduras, curativos, remédios e poma<strong>da</strong>s feitos pela própria Eliza, além de<br />

medicamentos convencionais que podia se <strong>da</strong>r o luxo de comprar na farmácia do<br />

hospital.<br />

Apesar do horário incomum, em poucos minutos uma jovem entrou na<br />

clínica. Eliza reconheceu-a imediatamente e pediu que se sentasse.<br />

— Como está se sentindo hoje, Lily? — perguntou ela, pegando sua mão,<br />

tanto para confortar a menina quanto para checar disfarça<strong>da</strong>mente seu pulso. Como<br />

Eliza previra, estava disparado.<br />

Agradecendo, Lily sentou-se na cadeira dura, puxando o xale sobre si,<br />

embora a sala estivesse desconfortavelmente quente.<br />

— Eu não sei, doutora, realmente não sei. Em um momento, estou me<br />

sentindo muito bem, até anima<strong>da</strong>; mas, no minuto seguinte, estou mais cansa<strong>da</strong> do<br />

que uma mula manca. Mal consigo colocar um pé na frente do outro.<br />

— Você está tomando a medicação que lhe dei <strong>da</strong> última vez?<br />

— Claro, sim, olhe. — Ela puxou um vidro vazio <strong>da</strong> bolsa amarra<strong>da</strong> à sua<br />

cintura. — Viu? Não sobrou uma gota. E tenho usado aquele creme e tudo. Mas não<br />

faz muita diferença.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!