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A filha da feiticeira - Paula Brackston

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Invoco, entre os espíritos elementares do Éter, o espectro <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, para<br />

cui<strong>da</strong>r de nós e nos aju<strong>da</strong>r com a magia. Você, que está por to<strong>da</strong> parte, em<br />

to<strong>da</strong>s as direções, no Fogo e na Água, na Terra e no Ar, a tudo amparando, eu o<br />

saúdo e lhe dou as boas-vin<strong>da</strong>s.<br />

Nós nos acomo<strong>da</strong>mos, e eu passei a Tegan bolinhos quentes de queijo e<br />

cerveja gela<strong>da</strong> de gengibre do nosso piquenique. Seu rosto brilhava, tanto pela<br />

natureza revigorante <strong>da</strong> pequena cerimônia quanto pelo calor e pela luz do fogo.<br />

— Isso é tão legal — disse ela, mordendo um bolinho. — Esquisito, mas<br />

muito legal. Eu realmente senti alguma coisa, como se alguém estivesse ouvindo. É<br />

bobagem?<br />

— Nem um pouco. É um sinal de que você está começando a baixar a guar<strong>da</strong><br />

e se abrir para a magia. Não é um passo pequeno aceitar que não estamos sozinhos<br />

nesta Terra. E que não somos as criaturas todo-poderosas que a maioria <strong>da</strong>s pessoas<br />

acredita ser. Você está aprendendo a aquietar essa sua mente frenética.<br />

— Quando posso tentar um feitiço? Na<strong>da</strong> grandioso, só um pequenininho.<br />

Você vai me deixar ter uma chance?<br />

Sua ânsia transbor<strong>da</strong>nte me fez rir.<br />

— Tudo a seu tempo, Tegan. Não se pode apressar essas coisas.<br />

— Deve haver algo que você ache que eu não iria estragar. — Ela bebeu um<br />

gole <strong>da</strong> garrafa e ficou olhando para o fogo mal-humora<strong>da</strong>. Eu sabia que ela estava<br />

muito longe de estar pronta, mas era difícil recusar seu pedido.<br />

— Depois de Beltane — disse eu. — Se você terminar a leitura que lhe<br />

passei.<br />

— Eu vou! Vou terminar mesmo. Uau, isso vai ser demais. Mal posso<br />

esperar. O que será? Posso escolher algum feitiço?<br />

— Espere para ver, e não, você não pode escolher. Deixe isso comigo.<br />

Comemos em silêncio por um momento, enquanto eu me <strong>da</strong>va conta de que<br />

ela, de fato, começara a moderar a sua inquietação juvenil e aprendera a ouvir e<br />

pensar. Havia algo maravilhosamente amistoso em partilhar um pequeno instante<br />

como aquele com uma pessoa nova, aberta, sem cinismo e que estava disposta a<br />

aprender. Fiquei bastante comovi<strong>da</strong> com a proximi<strong>da</strong>de que sinto existir entre nós.<br />

Já faz muito tempo desde que me permiti me envolver e me preocupar com outra

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