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A filha da feiticeira - Paula Brackston

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— Muito bem — disse ela num sussurro —, vou aceitar a sua oferta gentil.<br />

Mas envie o seu transporte apenas no final desta noite. Vou abrir as portas <strong>da</strong><br />

clínica mais uma vez para poder informar às minhas pacientes que estarei ausente<br />

por alguns dias. Não seria justo simplesmente desaparecer.<br />

— Mas você virá? Assim que fechar a clínica?<br />

— Sim. — Ela se levantou e se jogou em seus braços abertos, descansando a<br />

cabeça contra seu peito, enquanto as mãos dele alisavam suavemente as costas de<br />

seu vestido. — Eu virei.<br />

Eliza tinha planejado ir direto para casa depois de ver Simon, mas lembrou<br />

que precisaria de medicamentos do boticário do hospital. Se a clínica ficaria fecha<strong>da</strong><br />

por um curto período de tempo, ela deveria garantir que suas pacientes tivessem<br />

remédios em quanti<strong>da</strong>de suficiente até seu retorno. Vasculhou as prateleiras <strong>da</strong><br />

farmacopeia, escolhendo garrafas e frascos até sua bolsa ficar cheia a ponto de<br />

quase não conseguir fechá-la. Enquanto pegava um pacote de ataduras e curativos,<br />

Roland apareceu atrás dela.<br />

— Dra. Hawksmith, que surpresa encontrá-la aqui. — Seu sorriso era<br />

agradável, mas Eliza percebeu um tom de repreensão em sua voz.<br />

— Roland. Sei que não tenho dedicado tanto tempo quanto deveria aos<br />

meus pacientes aqui no Fitzroy ultimamente. Estive ocupa<strong>da</strong> em outros lugares.<br />

— Então eu compreendo. — Ele deixou o assunto morrer e passou para ela<br />

um pacote de emplastros. — Suprimentos para a sua clínica? Deve ser um lugar<br />

medonho para se trabalhar no momento. Fiquei sabendo que algumas <strong>da</strong>s vítimas<br />

eram suas pacientes.<br />

O fato de Roland não precisar mencionar a que vítimas ele se referia <strong>da</strong>va<br />

uma ideia do horror que as ações do Estripador já tinham espalhado. Os<br />

assassinatos eram o principal assunto em Londres. No mundo todo, na ver<strong>da</strong>de.<br />

— Sim. — Eliza fechou a bolsa. — Duas delas eram, com certeza. Não estou<br />

certa sobre a terceira.<br />

— A terceira? Então você não soube?<br />

— Soube o quê?<br />

— Houve mais mortes.<br />

— Mais?

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