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A filha da feiticeira - Paula Brackston

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interessado em vingança. Ele queria que ela fosse dele. Queria sua alma. Poderia ser<br />

que Gresseti fosse Gideon? Será que aquelas mulheres estavam morrendo como<br />

resultado <strong>da</strong> perseguição dele a ela? Se Eliza ficasse, quantas mulheres mais seriam<br />

mortas? Mas, se fosse embora, quem iria salvar Abigail? Ela deixou o jornal cair<br />

sobre a mesa e esfregou as têmporas. Precisava encontrar uma forma de se livrar de<br />

Gresseti, mas quem iria ajudá-la? O dr. Gimmel ain<strong>da</strong> acreditava que o visitante fora<br />

recomen<strong>da</strong>do pelo professor Salvatores. Talvez, se provasse que as credenciais dele<br />

eram falsas, ele fosse man<strong>da</strong>do embora. Ela pegou uma folha de papel <strong>da</strong> gaveta e<br />

uma caneta. Mergulhou-a no tinteiro. Ela mesma iria escrever para a instituição,<br />

pedindo-lhes que confirmassem alguns detalhes sobre Gresseti. Tão logo recebesse<br />

uma resposta mostrando que eles não conheciam o homem, alertaria o dr. Gimmel.<br />

Talvez seu medo profundo e sua desconfiança de estranhos tivessem distorcido seu<br />

juízo. Gresseti poderia não ser Gideon. Mas, mesmo que não fosse, ela não confiava<br />

nele. Quanto antes fosse man<strong>da</strong>do embora, melhor. Se os assassinatos parassem,<br />

ela teria sua resposta. Ela estava quase certa de que Gresseti não iria confrontá-la<br />

enquanto ele continuasse sem saber o quão perto estava de ter sua falta de<br />

referências revela<strong>da</strong>.<br />

Começou a escrever, lutando contra um sentimento de pânico de que<br />

Gresseti pudesse aparecer a qualquer momento e ver o que ela estava fazendo.<br />

Repreendeu a si mesma por não ter pensado em entrar em contato com o Instituto<br />

antes. A caneta riscava seu caminho pelo pergaminho. De repente, ela parou. Ficou<br />

olhando fixamente para as palavras que tinha acabado de escrever. Por questão de<br />

formali<strong>da</strong>de, escrevera o nome completo dele — Signor Damon Gresseti. Ela pegou<br />

outra folha de papel e escreveu to<strong>da</strong>s as letras dos dois nomes dele em um círculo,<br />

deixando de fora o título. A mente de Eliza fervia enquanto ela reorganizava as<br />

letras, cruzando-as uma a uma, até usar to<strong>da</strong>s elas para formar um nome diferente.<br />

Um anagrama perfeito. Exatamente o tipo de jogo que ele teria prazer em jogar.<br />

Deixou cair a caneta, como se seus dedos estivessem queimando, e engoliu em seco<br />

diante <strong>da</strong>s palavras que haviam se formado na página: Gideon Masters.<br />

Eliza chegou ao número 4 <strong>da</strong> York Terrace menos de meia hora depois de sua<br />

descoberta. Agora tinha certeza de que Gresseti era realmente Gideon e de que ele<br />

era o responsável pelos assassinatos em Whitechapel. Torturava-se com culpa e<br />

desespero ao pensar que tinha uma parcela de responsabili<strong>da</strong>de por aquelas<br />

mortes. Se não estivesse vivendo em Whitechapel, se não tivesse aberto sua clínica<br />

ali, Gresseti... Gideon nunca teria conhecido o lugar. E Martha, Mary Ann e Annie<br />

ain<strong>da</strong> estariam vivas. Quando chegou ao quarto de Abigail, Eliza não conseguia

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