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A filha da feiticeira - Paula Brackston

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— Minha queri<strong>da</strong>, você realmente gosta de me provocar, não é? Durante<br />

todos esses anos, tenho feito o possível para que você perceba que é a minha noiva<br />

ver<strong>da</strong>deira, e tudo o que você sabe fazer é pensar na minha destruição.<br />

— Você será destruído, Gideon. Muitas pessoas sofreram por sua causa. Não<br />

vou permitir que isso continue, não em meu nome. — Ela olhou para mim. Gideon<br />

percebeu.<br />

— Como você deve ter se torturado ao saber que eu havia seduzido sua nova<br />

amiguinha — disse ele. — Você sentiu ciúmes, Bess? Dela ou de mim? Eu fico me<br />

perguntando.<br />

— Deixe a garota em paz. Você já lhe causou sofrimento demais.<br />

— Ela era... — ele fez um gesto em minha direção — uma diversão<br />

agradável, embora um tanto ingênua para o meu gosto. O que você pensou que eu<br />

fosse fazer com ela? Além do óbvio, é claro. Do que, devo dizer, ela gostou muito. —<br />

Enquanto ele falava, eu sentia um frio terrível me invadir, como se tivesse sido<br />

atingi<strong>da</strong> por uma avalanche. Comecei a tremer e a bater os dentes. Eu podia ver,<br />

pela expressão no rosto de Elizabeth, que algo errado estava acontecendo. Olhei<br />

para minhas mãos e gritei. Elas estavam enruga<strong>da</strong>s e tortas, como uma velha árvore.<br />

Arregacei minhas mangas, e meus braços estavam do mesmo jeito. Levei as mãos ao<br />

rosto. Estava flácido, com rugas profun<strong>da</strong>s. Eu estava prestes a entrar em pânico<br />

quando Elizabeth ergueu o cajado. Ela bateu com ele no solo e apontou-o para mim.<br />

Então, tudo parou. O que quer que Gideon estivesse fazendo comigo cessou.<br />

Simples assim. Minha pele voltou ao normal. O frio desapareceu, como se nunca<br />

tivesse acontecido. Eu queria muito correr. Mas, por algum motivo, fiquei ali.<br />

— Ora, Bess, estou impressionado. Você deve ter praticado muito. E aqui<br />

estava eu, pensando que você havia abandonado a sua magia. Será que você<br />

finalmente parou de fingir que não é uma <strong>feiticeira</strong>?<br />

— Não foi o fato de ser uma <strong>feiticeira</strong> que eu rejeitei. Foi o fato de ter<br />

recebido meus poderes de você. Uma <strong>feiticeira</strong> nasci<strong>da</strong> <strong>da</strong> magia de um mago é<br />

amaldiçoa<strong>da</strong>, e você sabe disso.<br />

— Eu detesto a palavra mago.<br />

— É isso que você é. Nenhum feiticeiro bom, homem ou mulher, faria o que<br />

você faz. Seu poder deveria ser uma força usa<strong>da</strong> para o bem, ou você se esqueceu<br />

disso?

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