22.09.2018 Views

#Coletânea Temática de Jurisprudência - Direito Penal e Processual Penal (2016)

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

aplicação da lei penal<br />

• Distintos os fatos que <strong>de</strong>ram ensejo ao inquérito para apuração <strong>de</strong> eventual<br />

crime <strong>de</strong> <strong>de</strong>serção e ao inquérito <strong>de</strong>flagrador da ação penal em curso, não é possível<br />

acatar a tese da <strong>de</strong>fesa quanto à existência <strong>de</strong> bis in i<strong>de</strong>m e <strong>de</strong> violação da coisa<br />

julgada. Inaplicável o princípio da consunção quanto às condutas tipificadoras do<br />

crime <strong>de</strong> <strong>de</strong>sobediência, que não foram meio necessário nem fase para consecução<br />

do <strong>de</strong>lito <strong>de</strong> <strong>de</strong>serção, o qual sequer se consumou. Inexistência <strong>de</strong> esgotamento do<br />

dano social no <strong>de</strong>lito-fim.<br />

[HC 115.610, rel. min. Rosa Weber, j. 7-5-2013, 1ª T, DJE <strong>de</strong> 19-6-2013.]<br />

• Diante da revogação do art. 224 do CP pela Lei 12.015/2009, por força do<br />

princípio da novatio legis in mellius (CP, art. 2º, parágrafo único), é o caso <strong>de</strong> se<br />

<strong>de</strong>cotar da pena o acréscimo in<strong>de</strong>vidamente levado a efeito em razão do disposto<br />

no art. 9º da Lei 8.072/1990.<br />

[HC 111.246, rel. min. Dias Toffoli, j. 11-12-2012, 1ª T, DJE <strong>de</strong> 18-3-2013.]<br />

• Caso no qual o acusado foi preso portando ilegalmente arma <strong>de</strong> fogo, usada<br />

também em crime <strong>de</strong> roubo três dias antes. Condutas autônomas, com violação <strong>de</strong><br />

diferentes bens jurídicos em cada uma <strong>de</strong>las. Inocorrente o esgotamento do dano<br />

social no crime <strong>de</strong> roubo, ante a violação posterior da incolumida<strong>de</strong> pública pelo<br />

porte ilegal <strong>de</strong> arma <strong>de</strong> fogo, não há falar em aplicação do princípio da consunção.<br />

[RHC 106.067, rel. min. Rosa Weber, j. 26-6-2012, 1ª T, DJE <strong>de</strong> 15-8-2012.]<br />

Vi<strong>de</strong> RHC 123.399, rel. min. Dias Toffoli, j. 30-9-2014, 1ª T, DJE <strong>de</strong> 17-11-2014<br />

• Tráfico <strong>de</strong> entorpecentes (art. 12 da Lei 6.368/1976). (...) A aplicação da lei<br />

mais favorável, vale dizer a Lei 6.368/1976, sem a minorante do § 4º do art. 33 da<br />

Lei 11.343/2006, ou a novel Lei <strong>de</strong> Entorpecentes, com a minorante do § 4º <strong>de</strong><br />

seu art. 33, aten<strong>de</strong> ao princípio da retroativida<strong>de</strong> da lei benéfica, prevista no art. 5º,<br />

XL, da CF, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que aplicada em sua integralida<strong>de</strong>.<br />

[HC 107.583, rel. min. Luiz Fux, j. 17-4-2012, 1ª T, DJE <strong>de</strong> 1º-6-2012.]<br />

• Princípio da ofensivida<strong>de</strong> como vetor interpretativo e <strong>de</strong> aplicação da lei penal.<br />

Não tenho dúvida <strong>de</strong> que o princípio da ofensivida<strong>de</strong> vincula toda a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

interpretação da lei penal. E, com mais razão, <strong>de</strong>ve orientar a própria aplicação<br />

da lei penal. Ipso facto, <strong>de</strong>verá o juiz, diante das circunstâncias específicas do caso<br />

concreto que lhe foi posto para julgamento, aferir o grau <strong>de</strong> potencial ou efetiva<br />

lesão ao bem jurídico protegido pela norma penal, para só então aferir a tipicida<strong>de</strong><br />

(material) da conduta supostamente criminosa. A simples a<strong>de</strong>quação formal fato/<br />

norma não é suficiente para qualificar como <strong>de</strong>lituosa a conduta do agente. Não<br />

tenho a intenção <strong>de</strong> repisar todos os argumentos que já foram objeto dos votos dos<br />

eminentes ministros <strong>de</strong>sta Corte. Não obstante, creio que o Tribunal po<strong>de</strong> evoluir<br />

nessa fundamentação, para consagrar o princípio da lesivida<strong>de</strong>, intrinsecamente<br />

conectado com o princípio da proporcionalida<strong>de</strong>, como limite não apenas à ativida<strong>de</strong><br />

judicial <strong>de</strong> interpretação/aplicação das normas penais, mas também à própria<br />

ativida<strong>de</strong> legislativa <strong>de</strong> criação/conformação dos tipos legais incriminadores, o que<br />

sumário<br />

114

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!