22.09.2018 Views

#Coletânea Temática de Jurisprudência - Direito Penal e Processual Penal (2016)

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

provas<br />

<strong>de</strong> informação hábeis a esclarecer a autoria e a materialida<strong>de</strong> do <strong>de</strong>lito (<strong>de</strong>ssa análise<br />

logrou encontrar ligações entre o executor do homicídio e o ora paciente). Verificação<br />

que permitiu a orientação inicial da linha investigatória a ser adotada, bem como<br />

possibilitou concluir que os aparelhos seriam relevantes para a investigação. À guisa<br />

<strong>de</strong> mera argumentação, mesmo que se pu<strong>de</strong>sse reputar a prova produzida como ilícita<br />

e as <strong>de</strong>mais, ilícitas por <strong>de</strong>rivação, nos termos da teoria dos frutos da árvore venenosa<br />

(fruit of the poisonous tree), é certo que, ainda assim, melhor sorte não assistiria à <strong>de</strong>fesa.<br />

É que, na hipótese, não há que se falar em prova ilícita por <strong>de</strong>rivação. Nos termos da<br />

teoria da <strong>de</strong>scoberta inevitável, construída pela Suprema Corte norte-americana no<br />

caso Nix × Williams (1984), o curso normal das investigações conduziria a elementos<br />

informativos que vinculariam os pacientes ao fato investigado. Bases <strong>de</strong>sse entendimento<br />

que parecem ter encontrado guarida no or<strong>de</strong>namento jurídico pátrio com o advento<br />

da Lei 11.690/2008, que <strong>de</strong>u nova redação ao art. 157 do CPP, em especial o seu § 2º.<br />

[HC 91.867, rel. min. Gilmar Men<strong>de</strong>s, j. 24-4-2012, 2ª T, DJE <strong>de</strong> 20-9-2012.]<br />

• Não se verifica, no caso, qualquer ilicitu<strong>de</strong> na quebra dos sigilos bancário e fiscal<br />

do ora paciente, haja vista que tais medidas foram regularmente <strong>de</strong>feridas pela<br />

autorida<strong>de</strong> judicial competente. “É lícita a utilização <strong>de</strong> informações obtidas por<br />

intermédio <strong>de</strong> interceptação telefônica para se apurar <strong>de</strong>lito diverso daquele que<br />

<strong>de</strong>u ensejo a essa diligência, (...) sendo incontestável o reconhecimento da licitu<strong>de</strong><br />

da prova encontrada quando o fato <strong>de</strong>svelado fortuitamente se encontre entre os<br />

chamados ‘crimes <strong>de</strong> catálogo’ — isto é, entre aqueles para a investigação dos quais<br />

se permite autorizar a interceptação telefônica”, o que efetivamente é o caso dos<br />

autos (AI 761.706/SP, rel. min. Cármen Lúcia, DJE 161, divulgado em 26-8-2009).<br />

[HC 100.524, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 27-3-2012, 2ª T, DJE <strong>de</strong> 25-5-2012.]<br />

• (...) imperioso concluir que a mera alusão ao “requerimento” do Parquet e/ou<br />

da autorida<strong>de</strong> policial não se mostra suficiente para legitimar a quebra dos sigilos<br />

telefônico e bancário dos pacientes. A referência — argumento <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong> — não<br />

passa pelo crivo da proporcionalida<strong>de</strong>, na medida em que não apresenta motivação<br />

idônea para fazer ce<strong>de</strong>r a essa situação excepcional <strong>de</strong> ruptura da esfera da intimida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> quem se encontra sob investigação. Na espécie, em momento algum, o magistrado<br />

<strong>de</strong> primeiro grau aponta fatos concretos que justifiquem a real necessida<strong>de</strong> da quebra<br />

<strong>de</strong>sses sigilos. (...) Nesse diapasão, por reputar que as <strong>de</strong>cisões judiciais prolatadas<br />

pelo juízo <strong>de</strong> origem encontram-se <strong>de</strong>stituídas da <strong>de</strong>vida fundamentação — o que<br />

as tornam <strong>de</strong>svestidas <strong>de</strong> eficácia jurídica —, entendo que as interceptações telefônicas<br />

e as informações financeiras obtidas constituem provas ilícitas, <strong>de</strong>vendo, <strong>de</strong>ssa<br />

forma, ser <strong>de</strong>sentranhadas do processo.<br />

[HC 96.056, voto do rel. min. Gilmar Men<strong>de</strong>s, j. 28-6-2011, 2ª T, DJE <strong>de</strong> 8-5-2012.]<br />

≠≠<br />

RHC 116.166, rel. min. Gilmar Men<strong>de</strong>s, j. 27-5-2014, 2ª T, DJE <strong>de</strong> 27-6-2014<br />

≠≠<br />

HC 103.817, rel. min. Rosa Weber, j. 15-5-2012, 1ª T, DJE <strong>de</strong> 29-5-2012<br />

Vi<strong>de</strong> HC 80.724, rel. min. Ellen Gracie, j. 20-3-2001, 1ª T, DJ <strong>de</strong> 18-5-2001<br />

sumário<br />

605

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!