22.09.2018 Views

#Coletânea Temática de Jurisprudência - Direito Penal e Processual Penal (2016)

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

princípios penais e processuais penais<br />

• Assiste, a cada um dos litisconsortes penais passivos, o direito — fundado em<br />

cláusulas constitucionais (CF, art. 5º, LIV e LV) — <strong>de</strong> formular reperguntas aos<br />

<strong>de</strong>mais corréus, que, no entanto, não estão obrigados a respondê-las, em face da<br />

prerrogativa contra a autoincriminação, <strong>de</strong> que também são titulares.<br />

[HC 94.016, rel. min. Celso <strong>de</strong> Mello, j. 16-9-2008, 2ª T, DJE <strong>de</strong> 27-2-2009.]<br />

= = HC 95.225, rel. min. Eros Grau, j. 4-8-2009, 2ª T, DJE <strong>de</strong> 23-10-2009<br />

• <strong>Direito</strong> <strong>de</strong> não produzir prova contra si mesmo: nemo tenetur se <strong>de</strong>tegere. (...)<br />

Lesões corporais e homicídio culposo no trânsito. (...) Não se po<strong>de</strong> presumir a<br />

embriaguez <strong>de</strong> quem não se submete a exame <strong>de</strong> dosagem alcoólica: a Constituição<br />

da República impe<strong>de</strong> que se extraia qualquer conclusão <strong>de</strong>sfavorável àquele que,<br />

suspeito ou acusado <strong>de</strong> praticar alguma infração penal, exerce o direito <strong>de</strong> não<br />

produzir prova contra si mesmo (...).<br />

[HC 93.916, rel. min. Cármen Lúcia, j. 10-6-2008, 1ª T, DJE <strong>de</strong> 27-6-2008.]<br />

• Assente a jurisprudência do Tribunal em que o comportamento do réu durante<br />

o processo, na tentativa <strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r-se, não se presta a agravar-lhe a pena (cf.<br />

HC 72.815, 5-9-1995, Moreira Alves, DJ <strong>de</strong> 6-10-1995): é garantia que <strong>de</strong>corre<br />

da CF, ao consagrar o princípio nemo tenetur se <strong>de</strong>tegere (CF/1988, art. 5º, LXIII).<br />

[HC 83.960, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 14-6-2005, 1ª T, DJ <strong>de</strong> 1º-7-2005.]<br />

• O privilégio contra a autoincriminação — que é plenamente invocável perante<br />

as CPIs — traduz direito público subjetivo assegurado a qualquer pessoa, que, na<br />

condição <strong>de</strong> testemunha, <strong>de</strong> indiciado ou <strong>de</strong> réu, <strong>de</strong>va prestar <strong>de</strong>poimento perante<br />

órgãos do Po<strong>de</strong>r Legislativo, do Po<strong>de</strong>r Executivo ou do Po<strong>de</strong>r Judiciário. O exercício<br />

do direito <strong>de</strong> permanecer em silêncio não autoriza os órgãos estatais a dispensarem<br />

qualquer tratamento que implique restrição à esfera jurídica daquele que regularmente<br />

invocou essa prerrogativa fundamental. Prece<strong>de</strong>ntes. O direito ao silêncio —<br />

enquanto po<strong>de</strong>r jurídico reconhecido a qualquer pessoa relativamente a perguntas<br />

cujas respostas possam incriminá-la (nemo tenetur se <strong>de</strong>tegere) — impe<strong>de</strong>, quando<br />

concretamente exercido, que aquele que o invocou venha, por tal específica razão,<br />

a ser preso, ou ameaçado <strong>de</strong> prisão, pelos agentes ou pelas autorida<strong>de</strong>s do Estado.<br />

[HC 79.812, rel. min. Celso <strong>de</strong> Mello, j. 8-11-2000, P, DJ <strong>de</strong> 16-2-2001.]<br />

= = HC 100.200, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 8-4-2010, P, DJE <strong>de</strong> 27-8-2010<br />

• O direito à informação da faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> manter-se silente ganhou dignida<strong>de</strong><br />

constitucional, porque instrumento insubstituível da eficácia real da vetusta garantia<br />

contra a autoincriminação que a persistência planetária dos abusos policiais não <strong>de</strong>ixa<br />

per<strong>de</strong>r atualida<strong>de</strong>. Em princípio, ao invés <strong>de</strong> constituir <strong>de</strong>sprezível irregularida<strong>de</strong>, a<br />

omissão do <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> informação ao preso dos seus direitos, no momento a<strong>de</strong>quado,<br />

gera efetivamente a nulida<strong>de</strong> e impõe a <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> todas as informações<br />

incriminatórias <strong>de</strong>le anteriormente obtidas, assim como das provas <strong>de</strong>las <strong>de</strong>rivadas.<br />

Mas, em matéria <strong>de</strong> direito ao silêncio e à informação oportuna <strong>de</strong>le, a apuração do<br />

gravame há <strong>de</strong> fazer-se a partir do comportamento do réu e da orientação <strong>de</strong> sua<br />

sumário<br />

72

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!