22.09.2018 Views

#Coletânea Temática de Jurisprudência - Direito Penal e Processual Penal (2016)

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ministério público<br />

mas também a formação da opinio <strong>de</strong>licti. O art. 129, I, da CF atribui ao Parquet a<br />

privativida<strong>de</strong> na promoção da ação penal pública. Do seu turno, o CPP estabelece<br />

que o inquérito policial é dispensável, já que o Ministério Público po<strong>de</strong> embasar<br />

seu pedido em peças <strong>de</strong> informação que concretizem justa causa para a <strong>de</strong>núncia.<br />

Ora, é princípio basilar da hermenêutica constitucional o dos “po<strong>de</strong>res implícitos”<br />

segundo o qual, quando a CF conce<strong>de</strong> os fins, dá os meios. Se a ativida<strong>de</strong>-fim<br />

“promoção da ação penal pública” foi outorgada ao Parquet em foro <strong>de</strong> privativida<strong>de</strong>,<br />

não se concebe como não lhe oportunizar a colheita <strong>de</strong> prova para tanto, já que<br />

o CPP autoriza que “peças <strong>de</strong> informação” embasem a <strong>de</strong>núncia. Cabe ressaltar<br />

que, no presente caso, os <strong>de</strong>litos <strong>de</strong>scritos na <strong>de</strong>núncia teriam sido praticados por<br />

policiais, o que também justifica a colheita dos <strong>de</strong>poimentos das vítimas pelo<br />

Ministério Público.<br />

[HC 91.661, rel. min. Ellen Gracie, j. 10-3-2009, 2ª T, DJE <strong>de</strong> 3-4-2009.]<br />

= = HC 93.930, rel. min. Gilmar Men<strong>de</strong>s, j. 7-12-2010, 2ª T, DJE <strong>de</strong> 3-2-2011<br />

= = HC 96.638, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 2-12-2010, 1ª T, DJE <strong>de</strong> 1º-2-2011<br />

= = HC 89.837, rel. min. Celso <strong>de</strong> Mello, j. 20-10-2009, 2ª T, DJE <strong>de</strong> 20-11-2009<br />

≠≠<br />

RHC 81.326, rel. min. Nelson Jobim, j. 6-5-2003, 2ª T, DJ <strong>de</strong> 1º-8-2003<br />

• A <strong>de</strong>finição da competência para julgamento do crime, com base na tipificação<br />

provisória conferida ao fato pela autorida<strong>de</strong> policial, não enseja supressão das atribuições<br />

funcionais do Parquet. Fica resguardada a competência do Ministério Público<br />

<strong>de</strong> dar ao fato a capitulação que achar <strong>de</strong> direito quando ofertar a <strong>de</strong>núncia. Se a<br />

<strong>de</strong>núncia contemplar crimes diversos do relatado pela autorida<strong>de</strong> policial, capazes <strong>de</strong><br />

modificar a competência para o julgamento do processo, po<strong>de</strong>rá o Ministério Público<br />

requerer sejam os autos remetidos ao juízo competente. A competência fixada com<br />

base na tipificação realizada pela autorida<strong>de</strong> policial não ofen<strong>de</strong> o art. 129, I, da CF.<br />

[RE 497.170, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 13-5-2008, 1ª T, DJE <strong>de</strong> 6-6-2008.]<br />

• Fatos investigados que configurariam crime contra a or<strong>de</strong>m econômica. Art. 1º,<br />

I, da Lei fe<strong>de</strong>ral 8.176/2001. Falta <strong>de</strong> segurança na instalação e armazenamento<br />

<strong>de</strong> recipientes transportáveis <strong>de</strong> GLP. (...) É da atribuição do Ministério Público<br />

estadual analisar inquérito por crime contra a or<strong>de</strong>m econômica e emitir a respeito<br />

opinio <strong>de</strong>licti, promovendo, ou não, ação penal, se não há violação a bens, interesses<br />

ou serviços da União.<br />

[ACO 1.058, rel. min. Cezar Peluso, j. 14-4-2008, P, DJE <strong>de</strong> 23-5-2008.]<br />

• A ilegitimida<strong>de</strong> ad causam do MPF não po<strong>de</strong> ser afirmada na fase em que se<br />

encontra a ação penal. (...) A afirmação da legitimida<strong>de</strong> ad causam do Parquet, no<br />

caso, se confun<strong>de</strong> com a própria necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se instruir a ação penal, pois é no<br />

momento da sentença que po<strong>de</strong>rá o juiz confirmar o tipo penal apontado na inicial<br />

acusatória. Qualquer capitulação jurídica feita sobre um fato na <strong>de</strong>núncia é sempre<br />

provisória até a sentença, tornando-se <strong>de</strong>finitiva apenas no instante <strong>de</strong>cisório final.<br />

Não cabe ao STF, em habeas corpus, antecipar-se ao magistrado <strong>de</strong> primeiro grau e,<br />

sumário<br />

622

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!