Rua Ramiro Barcelos, 892 Centro – Santa Cruz do ... - Dom Alberto
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A UNESCO possui a visão de que, as cidades são lugares únicos de<br />
manifestação da diversidade, sen<strong>do</strong> laboratórios vivos da cultura. Seja o foco<br />
de interesse o patrimônio herda<strong>do</strong> ou as atividades criativas, a cidade é onde<br />
a criatividade e as relações humanas se fundem. Para que esse fermento<br />
beneficie a sociedade e os indivíduos, as autoridades locais devem desempenhar<br />
o papel de coadjuvantes e facilita<strong>do</strong>res.<br />
2.3.1 Semelhanças das cidades criativas<br />
As cidades criativas (UNESCO, 2008) são aquelas capazes de se<br />
transformar socioeconomicamente e mudar as relações que estabelecem com<br />
o mun<strong>do</strong>, ten<strong>do</strong> por base sua própria essência, é claro que os exemplos bem-<br />
-sucedi<strong>do</strong>s em um contexto não são transportáveis para outro. Existe, porém,<br />
semelhanças fundamentais aos mais diversos casos, independentemente da<br />
localização ou <strong>do</strong> porte da cidade, que Reis(REIS,2008.p. 141,142) destaca:<br />
• a organização de um projeto cultural como catalisa<strong>do</strong>r de um programa<br />
complexo, transforma<strong>do</strong>r e transversal a diferentes setores (economia,<br />
meio ambiente, turismo, educação);<br />
• o reconhecimento da necessidade de uma transformação profunda,<br />
motivada por uma situação de crise econômica e social (estagnação econômica,<br />
violência, desesperança, baixa auto-estima), em cumplicidade com<br />
uma determinação inequívoca de sobrepujar obstáculos;<br />
• a apropriação <strong>do</strong> programa pela comunidade, ainda que inicialmente<br />
não seja ela a protagonista;<br />
• a identificação de traços distintivos (ainda que latentes) da cultura<br />
local, cuja originalidade é percebida e apreciada pelo olhar de quem é de<br />
fora. Com isso, quebra-se a falsa dicotomia entre preservação da cultura local<br />
e abertura para o turismo e se garante a continuidade <strong>do</strong> turismo mesmo<br />
fora <strong>do</strong>s perío<strong>do</strong>s de realização <strong>do</strong> projeto;<br />
• o apelo a um turista qualifica<strong>do</strong>, que entende a cidade como a casa<br />
de sua anfitriã e procura conhecê-la e vivenciá-la com respeito;<br />
• a aliança entre as instituições públicas, privadas e <strong>do</strong> terceiro setor,<br />
com governança claramente definida, não importan<strong>do</strong> qual <strong>do</strong>s três tenha se<br />
destaca<strong>do</strong> no início desse processo de transformação;<br />
• o investimento na qualificação <strong>do</strong>s recursos locais, na capacitação<br />
de crianças e jovens e na organização de atividades de conscientização e<br />
expansão da capacidade de raciocínio da comunidade;<br />
• a visão de que a sustentabilidade cultural local é dependente de sua<br />
sustentabilidade econômica. Isso não equivale a dizer que o valor de merca<strong>do</strong><br />
se sobreponha aos valores culturais, mas sim que as duas esferas são<br />
complementares e necessárias para que a comunidade tenha a possibilidade<br />
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