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função das imperfeições do mercado brasileiro. Para Martin e Gonçalves
(2006), isso se deve ao reduzido volume de negócios realizados na bolsa de
valores e das ações estarem concentradas com poucos investidores. Sendo
assim os autores enfatizam que as empresas de capital fechado, que não
negociam ações na bolsa, ficam praticamente impossibilitadas de estimar o
coeficiente beta através da correlação com o mercado.
De acordo com Silva, Quintairos e Guarnieri (2007, p.152),
Nos países desenvolvidos, onde os mercados são globalmente
integrados e os retornos são normalmente distribuídos, é utilizado
o Capital Asset Pricing Model (CAPM) para estimar o custo
de capital. Nos países emergentes, o CAPM não tem se mostrado
um bom estimador deste custo, necessitando de ajustes
e adaptações inerentes ao estágio de desenvolvimento de cada
uma das regiões emergentes.
Nesse sentido, tendo em vista que o modelo CAPM não pode ser
utilizado na íntegra na empresa em estudo, são discutidos abaixo seus parâmetros
a fim de adequá-los à realidade deste estudo.
Taxa livre de risco: como menciona Damodaran (apud GARRÁN,
2006, p. 51), para que um título seja considerado livre de risco, não pode
haver inadimplência e não existir incerteza a respeito das taxas de re-investimento
dos fluxos de caixa resultantes do título. Sendo assim, no mercado
brasileiro, entende-se que a poupança pode ser utilizada como parâmetro
para este item, uma vez que ela é garantida pelo governo, representada pela
taxa de 8,33% no ano de 2006.
Prêmio de risco de mercado: é estipulado pelo cálculo da diferença
entre o retorno de mercado e o ativo livre de risco em um determinado período
de tempo. Como afirma Rogers e Ribeiro (2004, p. 14), “o índice do Risco
Brasil é um único fator que corporifica diversos outros fatores que afetam as
expectativas de riscos dos agentes alocarem os seus recursos no Brasil”. Os
mesmos autores também destacam que o índice de Risco Brasil representa
as expectativas dos investidores em relação à uma gama de variáveis determinantes
do desempenho econômico-financeiro da economia brasileira.
Sendo assim, o risco Brasil no ano de 2006, conforme o portal Brasil, estava
a uma taxa média de 2,4%.
Coeficiente beta: segundo Damodaran (apud Garrán, 2006, p. 57), os
três métodos existentes para estimar o coeficiente beta são: o primeiro é a
utilização de dados históricos de preços de mercados para ativos específicos;
o segundo estima o beta a partir das características fundamentais de investimento
e o terceiro utiliza dados contábeis. Tendo em vista os métodos anteriores
descritos, a utilização do coeficiente beta não é aplicada neste caso.
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