freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br
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avidamente a essa história, <strong>de</strong>screvendo o tráfico <strong>de</strong> crack como um<<strong>br</strong> />
dos negócios mais lucrativos nos Estados Unidos.<<strong>br</strong> />
Con<strong>tudo</strong>, se qual<strong>que</strong>r um passasse apenas algumas horas nos<<strong>br</strong> />
conjuntos resi<strong>de</strong>nciais proletários on<strong>de</strong> o crack costuma ser vendido,<<strong>br</strong> />
perceberia algo curioso: não só a maioria dos traficantes <strong>de</strong>ssa droga<<strong>br</strong> />
ainda mora nesses conjuntos, como a maioria <strong>de</strong>les ainda resi<strong>de</strong> com<<strong>br</strong> />
a mãe. Aí, você talvez coçasse a cabeça, perguntando: "Por quê?"<<strong>br</strong> />
A resposta consiste em encontrar os dados corretos, e o<<strong>br</strong> />
segredo para isso costuma ser encontrar a pessoa certa. Falar é<<strong>br</strong> />
fácil, claro. Os traficantes <strong>de</strong> drogas raramente se formam em<<strong>br</strong> />
economia, e os economistas raramente se socializam com<<strong>br</strong> />
traficantes. Assim, a resposta para essa pergunta exige <strong>que</strong> se<<strong>br</strong> />
encontre alguém <strong>que</strong> tenha vivido entre os traficantes e conseguido<<strong>br</strong> />
sair <strong>de</strong>sse meio com os segredos <strong>de</strong> tal comércio.<<strong>br</strong> />
Sudhir Venkatesh — seus amigos <strong>de</strong> infância o chamavam <strong>de</strong> Sid,<<strong>br</strong> />
mas quando cresceu ele voltou a usar Sudhir — nasceu na Índia, foi<<strong>br</strong> />
criado nos arredores <strong>de</strong> Nova York e no Sul da Califórnia e se<<strong>br</strong> />
formou em matemática na Universida<strong>de</strong> da Califórnia em San<<strong>br</strong> />
Diego. Em 1989, foi tentar um Ph.D. em sociologia na<<strong>br</strong> />
Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Chicago. Estava interessado em enten<strong>de</strong>r como os<<strong>br</strong> />
jovens constroem suas i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s. Com essa finalida<strong>de</strong>, acabara <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
passar três meses acompanhando os Grateful Dead pelo país. O<<strong>br</strong> />
<strong>que</strong> não o interessava era o estafante trabalho <strong>de</strong> campo típico da<<strong>br</strong> />
sociologia.<<strong>br</strong> />
Seu orientador <strong>de</strong> tese, o eminente estudioso da po<strong>br</strong>eza<<strong>br</strong> />
William Julius Wilson, imediatamente mandou Venkatesh fazer<<strong>br</strong> />
pesquisa <strong>de</strong> campo. Sua incumbência: visitar os bairros negros mais<<strong>br</strong> />
po<strong>br</strong>es <strong>de</strong> Chicago com uma prancheta e um <strong>que</strong>stionário <strong>de</strong> 70<<strong>br</strong> />
perguntas <strong>de</strong> múltipla escolha. A primeira <strong>de</strong>las era:<<strong>br</strong> />
Como você se sente sendo negro e po<strong>br</strong>e?<<strong>br</strong> />
a. muito mal<<strong>br</strong> />
b. mal<<strong>br</strong> />
c. nem bem nem mal<<strong>br</strong> />
d. relativamente bem<<strong>br</strong> />
e. muito bem