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freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br

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transação econômica da nossa vida, <strong>de</strong> <strong>que</strong> em geral temos pouca<<strong>br</strong> />

experiência em corretagem <strong>de</strong> imóveis e <strong>de</strong> <strong>que</strong> <strong>de</strong>senvolvemos<<strong>br</strong> />

um enorme apego emocional ao lugar on<strong>de</strong> moramos, existem no<<strong>br</strong> />

mínimo dois temores a nos pressionar: obter muito menos do <strong>que</strong><<strong>br</strong> />

ela vale e não conseguir, <strong>de</strong> todo, vendê-la.<<strong>br</strong> />

No primeiro caso, teme-se fixar um preço baixo <strong>de</strong>mais; no<<strong>br</strong> />

segundo, fixar um preço alto <strong>de</strong>mais. A função do corretor,<<strong>br</strong> />

naturalmente, é <strong>de</strong>sco<strong>br</strong>ir a meia-medida. Ele é a pessoa <strong>que</strong> possui<<strong>br</strong> />

to-das as informações: o valor <strong>de</strong> casas similares, a tendência atual<<strong>br</strong> />

das vendas, as oscilações do mercado <strong>de</strong> hipotecas e, <strong>que</strong>m sabe<<strong>br</strong> />

mesmo, a dica so<strong>br</strong>e um possível comprador. O ven<strong>de</strong>dor se<<strong>br</strong> />

consi<strong>de</strong>ra uma pessoa <strong>de</strong> sorte por ter como aliado nessa<<strong>br</strong> />

empreitada alta-mente complexa um especialista tão informado.<<strong>br</strong> />

Pena <strong>que</strong> o corretor veja as coisas <strong>de</strong> maneira bem diversa. Ele<<strong>br</strong> />

po<strong>de</strong> não consi<strong>de</strong>rar você um aliado e, sim, um alvo. Recor<strong>de</strong>mos o<<strong>br</strong> />

es<strong>tudo</strong> mencionado no início <strong>de</strong>ste livro, mostrando a diferença<<strong>br</strong> />

entre os preços <strong>de</strong> venda das casas dos próprios corretores e os das<<strong>br</strong> />

casas vendidas por eles em nome <strong>de</strong> clientes. O es<strong>tudo</strong> <strong>de</strong>sco<strong>br</strong>iu<<strong>br</strong> />

<strong>que</strong> um corretor mantém a própria casa no mercado, em média, 10<<strong>br</strong> />

dias mais, aguardando uma oferta melhor, e a ven<strong>de</strong> por um preço<<strong>br</strong> />

3% superior ao <strong>que</strong> aceita pela nossa – ou seja, $10 mil a mais na<<strong>br</strong> />

venda <strong>de</strong> uma casa <strong>de</strong> $300 mil. Trata-se<strong>de</strong> $10 mil <strong>que</strong> entram no<<strong>br</strong> />

bolso <strong>de</strong>le e <strong>que</strong> não entram no nosso, um lucro bacana resultante<<strong>br</strong> />

do abuso da informação e <strong>de</strong> uma precisa percepção dos<<strong>br</strong> />

incentivos. O problema é <strong>que</strong> o corretor obtém um lucro adicional<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> apenas $150 ao ven<strong>de</strong>r a casa do cliente por $10 mil a mais, o<<strong>br</strong> />

<strong>que</strong> não representa gran<strong>de</strong> recompensa para um bocado <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

trabalho extra. Por isso, o trabalho <strong>de</strong>le consiste em convencer o<<strong>br</strong> />

cliente <strong>de</strong> <strong>que</strong> uma oferta <strong>de</strong> $300 mil é uma ótima oferta, generosa<<strong>br</strong> />

até, e <strong>que</strong> só um tolo a recusaria.<<strong>br</strong> />

Isso é algo <strong>de</strong>licado. Não fica bem para o corretor chamar<<strong>br</strong> />

você <strong>de</strong> bobo sem mais nem menos. Assim, ele simplesmente<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>ixa implícita a observação, comentando, <strong>que</strong>m sabe, <strong>que</strong> uma<<strong>br</strong> />

casa muito maior, melhor e mais nova, no mesmo quarteirão, está<<strong>br</strong> />

à venda há mais <strong>de</strong> seis meses. Essa é a principal arma do

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