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freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br

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Se você é do tipo <strong>que</strong> gosta <strong>de</strong> jogos <strong>de</strong> adivinhação, talvez<<strong>br</strong> />

esteja disposto a gastar alguns minutos pon<strong>de</strong>rando quais das<<strong>br</strong> />

explicações acima têm mérito e quais não têm. Uma pista: das sete<<strong>br</strong> />

principais da lista, apenas três po<strong>de</strong>m comprovadamente ter<<strong>br</strong> />

contribuí-do para a <strong>que</strong>da da criminalida<strong>de</strong>. As outras não passam,<<strong>br</strong> />

na maior parte, <strong>de</strong> fantasia, autopromoção ou ilusão <strong>de</strong> alguém.<<strong>br</strong> />

Mais uma pista: uma das gran<strong>de</strong>s causas mensuráveis da <strong>que</strong>da da<<strong>br</strong> />

criminalida<strong>de</strong> não aparece na lista, pois não recebeu uma única<<strong>br</strong> />

menção nos jornais.<<strong>br</strong> />

Comecemos com uma explicação incontroversa: a melhora da<<strong>br</strong> />

situação econômica. O <strong>de</strong>clínio na criminalida<strong>de</strong>, <strong>que</strong> começou no<<strong>br</strong> />

início dos anos 90, veio acompanhado <strong>de</strong> um crescimento<<strong>br</strong> />

econômico acelerado e <strong>de</strong> uma <strong>que</strong>da significativa do <strong>de</strong>semprego.<<strong>br</strong> />

Po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>duzir daí <strong>que</strong> a economia tenha sido um elemento<<strong>br</strong> />

potente <strong>de</strong> combate ao crime. Um exame mais minucioso dos<<strong>br</strong> />

dados, con<strong>tudo</strong>, <strong>de</strong>rruba essa teoria. E verda<strong>de</strong> <strong>que</strong> um mercado <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

trabalho mais pujante torna certos crimes relativamente menos<<strong>br</strong> />

atraentes. Isso, porém, se aplica apenas à<strong>que</strong>les <strong>de</strong> motivação<<strong>br</strong> />

financeira direta – assalto a residência e pessoas e roubo <strong>de</strong> carros –<<strong>br</strong> />

e não a crimes violentos como homicídio, agressão e estupro.<<strong>br</strong> />

A<strong>de</strong>mais, as pesquisas revelam <strong>que</strong> uma <strong>que</strong>da <strong>de</strong> 1% no<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>semprego respon<strong>de</strong> por uma <strong>que</strong>da <strong>de</strong> 1% dos crimes nãoviolentos.<<strong>br</strong> />

Durante os anos 90, o índice <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego caiu dois<<strong>br</strong> />

pontos percentuais; os crimes não-violentos, enquanto isso,<<strong>br</strong> />

diminuíram aproximadamente 40%. Uma falha ainda maior na<<strong>br</strong> />

teoria do crescimento econômico diz respeito aos crimes violentos.<<strong>br</strong> />

Os homicídios caíram percentual-mente mais ao longo dos anos 90<<strong>br</strong> />

do <strong>que</strong> qual<strong>que</strong>r outro tipo <strong>de</strong> crime, e muitos es<strong>tudo</strong>s confiáveis<<strong>br</strong> />

não apontaram vínculo algum entre a economia e o crime violento.<<strong>br</strong> />

Esse elo frágil fica mais frágil ainda quando voltamos o olhar para<<strong>br</strong> />

um passado recente – a década <strong>de</strong> 1960 –, quando a economia<<strong>br</strong> />

passou por um crescimento <strong>de</strong>senfreado, conforme aconteceu com<<strong>br</strong> />

os crimes violentos. Assim, embora uma boa performance<<strong>br</strong> />

econômica nos anos 90 pu<strong>de</strong>sse soar, à

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