freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br
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tinham nível universitário; 1 em 3 <strong>de</strong>les, no máximo, estava<<strong>br</strong> />
empregado. A renda média ali estava em torno <strong>de</strong> $15 mil anuais,<<strong>br</strong> />
bem menos <strong>que</strong> a meta<strong>de</strong> da média americana. Durante os anos em<<strong>br</strong> />
<strong>que</strong> Venkatesh morou com a gangue <strong>de</strong> J.T., com freqüência foi<<strong>br</strong> />
requisitado pelos soldados para ajudá-los a arrumar "um bom<<strong>br</strong> />
emprego " : o <strong>de</strong> ze<strong>lado</strong>r na Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Chicago.<<strong>br</strong> />
O problema do tráfico <strong>de</strong> crack é o mesmo <strong>que</strong> afeta todas as<<strong>br</strong> />
outras profissões glamourosas: um monte <strong>de</strong> gente competindo<<strong>br</strong> />
por um pe<strong>que</strong>no punhado <strong>de</strong> prêmios. Ganhar muito dinheiro na<<strong>br</strong> />
gangue do crack não era muito mais provável do <strong>que</strong> se tomar<<strong>br</strong> />
estrela do cinema para a matuta ou conseguir um lugar na liga<<strong>br</strong> />
principal para o zagueiro do time escolar. Os criminosos, porém,<<strong>br</strong> />
como todo mundo, são movidos a incentivos. Se o prêmio é<<strong>br</strong> />
suficientemente gran<strong>de</strong>, eles farão uma fila <strong>de</strong> do<strong>br</strong>ar o quarteirão<<strong>br</strong> />
na expectativa <strong>de</strong> uma chance. Na zona po<strong>br</strong>e <strong>de</strong> Chicago,<<strong>br</strong> />
candidatos a ven<strong>de</strong>r crack superavam em muito as esquinas<<strong>br</strong> />
disponíveis.<<strong>br</strong> />
Esses postulantes a barão da droga batiam <strong>de</strong> frente com uma<<strong>br</strong> />
lei trabalhista imutável: quando há muita gente disposta e apta a<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>sempenhar uma função, raramente esse trabalho paga bem. Tal<<strong>br</strong> />
fator é um dos quatro <strong>que</strong> <strong>de</strong>terminam um salário. Os outros são a<<strong>br</strong> />
especialização <strong>que</strong> um emprego re<strong>que</strong>r, a insalu<strong>br</strong>ida<strong>de</strong> <strong>que</strong> o<<strong>br</strong> />
caracteriza e a <strong>de</strong>manda pelos serviços <strong>que</strong> ele provê.<<strong>br</strong> />
O <strong>de</strong>licado equilí<strong>br</strong>io entre esses fatores ajuda a explicar por<<strong>br</strong> />
quê, por exemplo, a prostituta, em média, ganha mais do <strong>que</strong><<strong>br</strong> />
ganha, em média, um arquiteto. Essa não é a impressão <strong>que</strong> temos.<<strong>br</strong> />
Acharíamos <strong>que</strong> o arquiteto é mais competente (na acepção mais<<strong>br</strong> />
corrente do termo) e mais instruído (também na acepção mais<<strong>br</strong> />
corrente do termo). No entanto, as meninas não crescem<<strong>br</strong> />
sonhando com a profissão <strong>de</strong> prostitutas, <strong>de</strong> modo <strong>que</strong> a oferta<<strong>br</strong> />
potencial <strong>de</strong> prostitutas é relativamente pe<strong>que</strong>na. Sua competência,<<strong>br</strong> />
embora não necessariamente "especializada", é exercida em um<<strong>br</strong> />
contexto muitíssimo especializado. O emprego é <strong>de</strong>sagradável e<<strong>br</strong> />
repulsivo em relação a, no mínimo, dois aspectos: a possibilida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> convi-ver com a violência e a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> constituir uma<<strong>br</strong> />
família estável. E quanto à <strong>de</strong>manda? Digamos <strong>que</strong> é mais<<strong>br</strong> />
provável um