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freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br

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<strong>de</strong> Educação. Não o prejudicou o fato <strong>de</strong> ter sido criado em<<strong>br</strong> />

Chicago. O pai ensinava psicologia na Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Chicago; a<<strong>br</strong> />

mãe dirigia um programa pós-escola há 40 anos, como voluntária,<<strong>br</strong> />

em um bairro po<strong>br</strong>e. Quando criança, Duncan havia tido como<<strong>br</strong> />

companheiros <strong>de</strong> <strong>br</strong>inca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong>pois das aulas as crianças carentes<<strong>br</strong> />

das quais a mãe se ocupava. Por isso, quando assumiu a Secretaria<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> Educação, sentiu-se mais solidário com as crianças e suas<<strong>br</strong> />

famílias do <strong>que</strong> com os professores e seus sindicatos.<<strong>br</strong> />

A melhor maneira <strong>de</strong> dar cabo dos professores trapaceiros,<<strong>br</strong> />

concluiu Duncan, era reaplicar o provão. Entretanto, dispondo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

recursos para reavaliar somente 120 turmas, ele pediu aos<<strong>br</strong> />

criadores do algoritmo antitrapaça para ajudá-lo a escolher quais<<strong>br</strong> />

turmas reavaliar.<<strong>br</strong> />

Como usar <strong>de</strong> maneira mais eficaz os 120 novos testes à sua<<strong>br</strong> />

disposição? A princípio po<strong>de</strong>ria parecer lógico reavaliar apenas as<<strong>br</strong> />

turmas suspeitas <strong>de</strong> estar sob o comando <strong>de</strong> professores<<strong>br</strong> />

trapaceiros. No entanto, ainda <strong>que</strong> as notas do novo teste fossem<<strong>br</strong> />

baixas, os professores po<strong>de</strong>riam argumentar <strong>que</strong> a razão para isso<<strong>br</strong> />

estava no fato <strong>de</strong> os alunos saberem <strong>que</strong> tais notas não seriam<<strong>br</strong> />

computadas em seu histórico escolar – informação essa <strong>que</strong>, com<<strong>br</strong> />

efeito, todos os alunos receberiam. Para tornar os resultados<<strong>br</strong> />

confiáveis, era necessário reavaliar algumas turmas <strong>de</strong> professores<<strong>br</strong> />

não-trapaceiros para servir <strong>de</strong> grupo <strong>de</strong> controle. Qual seria o<<strong>br</strong> />

melhor grupo <strong>de</strong> controle? As turmas <strong>que</strong> o algoritmo revelara<<strong>br</strong> />

terem os melhores professores, nas quais se consi<strong>de</strong>rava a<<strong>br</strong> />

existência <strong>de</strong> um progresso escolar genuíno. Se essas turmas não<<strong>br</strong> />

mostrassem retrocesso futuro, os professores trapaceiros<<strong>br</strong> />

dificilmente po<strong>de</strong>riam alegar <strong>que</strong> o mau <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> seus<<strong>br</strong> />

alunos se <strong>de</strong>via ao conhecimento <strong>de</strong> <strong>que</strong> as notas não seriam<<strong>br</strong> />

computadas.<<strong>br</strong> />

Então, chegou-se a uma fórmula. Mais da meta<strong>de</strong> das 120<<strong>br</strong> />

turmas reavaliadas eram suspeitas <strong>de</strong> ter um professor trapaceiro.<<strong>br</strong> />

O restante incluía turmas com professores supostamente excelentes<<strong>br</strong> />

(notas altas com ausência <strong>de</strong> padrão suspeito <strong>de</strong> respostas) e, para<<strong>br</strong> />

maior controle, turmas com notas medíocres, mas sem respostas<<strong>br</strong> />

suspeitas.

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