freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br
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<strong>de</strong>les? Po<strong>de</strong>ria haver um ata<strong>que</strong> surpresa! Um garoto nervoso não<<strong>br</strong> />
parava <strong>de</strong> agitar alguma coisa para lá e para cá na mão – à luz<<strong>br</strong> />
mortiça, Venkatesh acabou se dando conta <strong>de</strong> <strong>que</strong> era uma arma —<<strong>br</strong> />
e <strong>de</strong> resmungar: "Deixem ele comigo, <strong>de</strong>ixem ele comigo."<<strong>br</strong> />
Venkatesh foi ficando com muito, muito medo.<<strong>br</strong> />
O bando aumentou e ficou mais barulhento, até <strong>que</strong> surgiu<<strong>br</strong> />
um integrante mais velho, <strong>que</strong> arrancou a prancheta das mãos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
Venkatesh. Quando viu o <strong>que</strong>stionário, fez uma cara <strong>de</strong> espanto.<<strong>br</strong> />
"Não consigo ler esta merda", disse ele.<<strong>br</strong> />
"E por<strong>que</strong> você não sabe ler", observou um dos adolescentes, e<<strong>br</strong> />
todos riram do gângster mais velho.<<strong>br</strong> />
O jovem mandou <strong>que</strong> Venkatesh lhe fizesse uma pergunta do<<strong>br</strong> />
<strong>que</strong>stionário. Venkatesh começou com a da sensação <strong>de</strong> ser negro<<strong>br</strong> />
e po<strong>br</strong>e. Recebeu uma saraivada <strong>de</strong> vaias, umas mais raivosas <strong>que</strong><<strong>br</strong> />
outras. Como viria mais tar<strong>de</strong> a contar para seus colegas<<strong>br</strong> />
universitários, percebeu <strong>que</strong> as respostas <strong>de</strong> múltipla escolha da<<strong>br</strong> />
letra "a" até a letra "e" eram insuficientes. Com efeito, sabia<<strong>br</strong> />
agora, as respostas <strong>de</strong>veriam ser:<<strong>br</strong> />
a. muito mal<<strong>br</strong> />
b. mal<<strong>br</strong> />
c. nem bem nem mal<<strong>br</strong> />
d. bastante bem<<strong>br</strong> />
e. muito bem<<strong>br</strong> />
f. foda-se<<strong>br</strong> />
Justo quando as coisas estavam ficando pretas para Venkatesh,<<strong>br</strong> />
outro homem surgiu. Era J.T., o lí<strong>de</strong>r da gangue. J.T. quis saber a<<strong>br</strong> />
razão do tumulto. Em seguida, pediu para <strong>que</strong> Venkatesh lesse a<<strong>br</strong> />
pergunta do <strong>que</strong>stionário. Depois <strong>de</strong> ouvi-la, disse <strong>que</strong> não<<strong>br</strong> />
po<strong>de</strong>ria respon<strong>de</strong>r por<strong>que</strong> não era negro.<<strong>br</strong> />
"Tudo bem", disse Venkatesh, "como se sente so<strong>br</strong>e ser afroamericano<<strong>br</strong> />
e po<strong>br</strong>e?"<<strong>br</strong> />
"Também não sou afro-americano, idiota. Sou um crioulo."<<strong>br</strong> />
Dali em diante, J.T. engatou uma aula taxonômica exaltada,