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freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br

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A maternida<strong>de</strong>, ou uma prole adicional, po<strong>de</strong> gerar para a<<strong>br</strong> />

mulher uma vida e um futuro preocupantes. O dano psicológico<<strong>br</strong> />

po<strong>de</strong> ser iminente. A saú<strong>de</strong> física e emocional po<strong>de</strong> ser<<strong>br</strong> />

so<strong>br</strong>ecarregada pelos cuidados maternos. Existe ainda o<<strong>br</strong> />

sofrimento, para todos os envolvidos, relacionado a um filho<<strong>br</strong> />

in<strong>de</strong>sejado, além do problema <strong>de</strong> fazer nascer uma criança em<<strong>br</strong> />

uma família já incapaz, em termos psicológicos e outros, <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

cuidar <strong>de</strong>la.<<strong>br</strong> />

A Suprema Corte verbalizou o <strong>que</strong> as mães na Romênia e na<<strong>br</strong> />

Escandinávia — bem como em outros lugares — há muito sabiam:<<strong>br</strong> />

quando uma mulher não <strong>de</strong>seja um filho, em geral há bons motivos<<strong>br</strong> />

para isso. Ela po<strong>de</strong> ser solteira ou ter um mau casamento, bem<<strong>br</strong> />

como se consi<strong>de</strong>rar po<strong>br</strong>e <strong>de</strong>mais para criar um filho. Po<strong>de</strong> achar<<strong>br</strong> />

<strong>que</strong> sua vida é instável ou infeliz <strong>de</strong>mais ou, ainda, <strong>que</strong> o álcool ou<<strong>br</strong> />

as drogas <strong>que</strong> consome são capazes <strong>de</strong> prejudicar a saú<strong>de</strong> do bebê.<<strong>br</strong> />

Talvez se consi<strong>de</strong>re <strong>de</strong>masiado jovem ou pouco instruí-da. E<<strong>br</strong> />

possível até <strong>que</strong> <strong>que</strong>ira muito ter filhos, mas não neste mo-mento.<<strong>br</strong> />

Alguma razão, em um le<strong>que</strong> <strong>de</strong>las, a faz crer <strong>que</strong> é incapaz <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

oferecer um lar apropriado à criação <strong>de</strong> uma criança saudável e<<strong>br</strong> />

produtiva.<<strong>br</strong> />

No primeiro ano <strong>que</strong> se seguiu ao processo Roe x Wa<strong>de</strong>, cerca<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> 750 mil mulheres fizeram abortos nos Estados Unidos (ou seja,<<strong>br</strong> />

um aborto para cada quatro nascimentos com vida). Em 1980, o<<strong>br</strong> />

número <strong>de</strong> abortos chegava a 1,6 milhão (um para cada 2,25<<strong>br</strong> />

nascimentos com vida), patamar em <strong>que</strong> estacionou. Em um país<<strong>br</strong> />

com 225 milhões <strong>de</strong> habitantes, 1,6 milhão <strong>de</strong> abortos por ano —<<strong>br</strong> />

um para cada 140 americanos — talvez não soasse tão dramático.<<strong>br</strong> />

No primeiro ano <strong>que</strong> se seguiu à morte <strong>de</strong> Nicolae Ceausescu,<<strong>br</strong> />

quando foi suspensa a proibição <strong>de</strong>sse procedimento na Romênia,<<strong>br</strong> />

houve um aborto para cada vinte e dois romenos. Ainda assim, a<<strong>br</strong> />

cada ano, 1,6 milhão <strong>de</strong> americanas grávidas <strong>de</strong>ixaram, <strong>de</strong> uma hora<<strong>br</strong> />

para a outra, <strong>de</strong> dar à luz esses bebês.<<strong>br</strong> />

Até o processo Roe x Wa<strong>de</strong>, eram predominantemente as filhas<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> pais da classe média ou da classe média alta <strong>que</strong> podiam<<strong>br</strong> />

provi<strong>de</strong>nciar e custear um aborto ilegal seguro. Agora, em lugar

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