freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br
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cada 1 milhão <strong>de</strong> armas (num país com um número estimado <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
200 milhões <strong>de</strong> armas, isso significa <strong>que</strong> 175 mortes <strong>de</strong> crianças são<<strong>br</strong> />
causadas anualmente por armas <strong>de</strong> fogo). A probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> morte<<strong>br</strong> />
por afogamento em uma piscina (1 em 11 mil) contra mor-te por<<strong>br</strong> />
arma <strong>de</strong> fogo (1 em 1 milhão) nem se<strong>que</strong>r é digna <strong>de</strong> comparação:<<strong>br</strong> />
Molly tem aproximadamente 100 vezes mais possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
morrer afogada na casa <strong>de</strong> Imani do <strong>que</strong> <strong>br</strong>incando com a arma dos<<strong>br</strong> />
pais <strong>de</strong> Amy.<<strong>br</strong> />
No entanto, a maioria <strong>de</strong> nós, como os pais <strong>de</strong> Molly, é<<strong>br</strong> />
incompetente para calcular riscos. Peter Sandman, <strong>que</strong> se<<strong>br</strong> />
auto<strong>de</strong>screve como "consultor <strong>de</strong> riscos" em Princeton, New Jersey,<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>u seu parecer no início <strong>de</strong> 2004 <strong>de</strong>pois <strong>que</strong> um único caso do mal<<strong>br</strong> />
da vaca louca nos Estados Unidos provocou um frenesi anticarne<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> boi. "A realida<strong>de</strong> é <strong>que</strong>", disse ele ao The New York Times, "os<<strong>br</strong> />
riscos <strong>que</strong> assustam as pessoas e os riscos <strong>que</strong> causam suas mortes<<strong>br</strong> />
são muito diferentes".<<strong>br</strong> />
Sandman fez uma comparação entre o mal da vaca louca (uma<<strong>br</strong> />
aterrorizante, mas muitíssimo improvável ameaça) e a disseminação<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> patógenos oriundos <strong>de</strong> alimentos na média das cozinhas<<strong>br</strong> />
domésticas (ocorrência extremamente comum, mas por algum<<strong>br</strong> />
motivo bem menos aterrorizadora). "Os riscos <strong>que</strong> controlamos são<<strong>br</strong> />
uma fonte muito menor <strong>de</strong> indignação do <strong>que</strong> os <strong>que</strong> estão fora do<<strong>br</strong> />
nosso controle", disse Sandman. "No caso da vaca louca, me parece<<strong>br</strong> />
<strong>que</strong> os riscos estão além do nosso controle. Não posso afirmar se<<strong>br</strong> />
há ou não príon na minha carne. Não dá para ver ou perceber<<strong>br</strong> />
através do olfato, enquanto a sujeira da minha própria cozinha está<<strong>br</strong> />
totalmente sob o meu controle. Posso lavar minhas esponjas, posso<<strong>br</strong> />
limpar o chão."<<strong>br</strong> />
O princípio do "controle" <strong>de</strong> Sandman também é capaz <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
explicar por <strong>que</strong> a maioria <strong>de</strong> nós tem mais medo <strong>de</strong> andar <strong>de</strong> avião<<strong>br</strong> />
do <strong>que</strong> <strong>de</strong> carro. O raciocínio é o seguinte: já <strong>que</strong> posso controlar o<<strong>br</strong> />
carro, sou eu o responsável pela minha segurança; como não posso<<strong>br</strong> />
controlar o avião, fico à mercê <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> fatores externos.<<strong>br</strong> />
Sendo assim, o <strong>que</strong> realmente <strong>de</strong>vemos temer mais, o avião ou o<<strong>br</strong> />
carro?