freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br
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i<strong>de</strong>ólogo pró-armas, e o próprio Lott tornou-se um pára-raio <strong>de</strong>ssa<<strong>br</strong> />
controvérsia, tendo cunhado um pseudônimo <strong>que</strong> só fez exacerbar<<strong>br</strong> />
essa condição: "Mary Rosh". Com esse nome, ele <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> sua teoria<<strong>br</strong> />
em discussões online. Mary Rosh, <strong>que</strong> se i<strong>de</strong>ntificou como ex-aluna<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> Lott, elogiou o intelecto, a imparcialida<strong>de</strong> e o carisma do<<strong>br</strong> />
professor. "Devo dizer <strong>que</strong> ele foi o melhor professor <strong>que</strong> já tive",<<strong>br</strong> />
escreveu. "Não dava a perceber para a classe <strong>que</strong> era um radical <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
direita... Costumávamos nos inscrever em qual<strong>que</strong>r matéria<<strong>br</strong> />
lecionada por Lott até um dia em <strong>que</strong> ele nos disse <strong>que</strong> era melhor<<strong>br</strong> />
estudarmos com outros professores para apren<strong>de</strong>r <strong>de</strong> forma<<strong>br</strong> />
diferente as disciplinas do curso <strong>de</strong> graduação." Em seguida, vieram<<strong>br</strong> />
as alegações inquietantes <strong>de</strong> <strong>que</strong> Lott efetivamente inventara parte<<strong>br</strong> />
dos dados da pesquisa <strong>que</strong> fundamentou sua teoria. In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
serem ou não fraudados esses dados, a hipótese <strong>de</strong> Lott, <strong>que</strong> ele<<strong>br</strong> />
mesmo admite ser curiosa, não parece válida. Quando outros<<strong>br</strong> />
estudiosos tentaram obter os mesmos resultados, a conclusão foi <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
<strong>que</strong> as leis <strong>de</strong> permissão do porte <strong>de</strong> armas simplesmente não<<strong>br</strong> />
diminuem a criminalida<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />
Consi<strong>de</strong>remos a explicação <strong>que</strong> vem a seguir: o estouro da bolha do<<strong>br</strong> />
crack. O crack <strong>de</strong> cocaína é uma droga tão potente e viciadora <strong>que</strong><<strong>br</strong> />
um mercado altamente lucrativo surgiu praticamente da noite para o<<strong>br</strong> />
dia. E fato <strong>que</strong> apenas os lí<strong>de</strong>res das gangues <strong>de</strong> crack estavam<<strong>br</strong> />
enri<strong>que</strong>cendo, mas isso só fazia os traficantes "fichinhas" ficarem<<strong>br</strong> />
mais ansiosos por uma promoção. Muitos <strong>de</strong>les se dispunham a<<strong>br</strong> />
matar seus rivais com esse fim, não importando se o rival era da<<strong>br</strong> />
mesma gangue ou não. Havia, também, combates armados pela<<strong>br</strong> />
posse <strong>de</strong> valiosos pontos-<strong>de</strong>-venda. O típico homicídio relaciona-do<<strong>br</strong> />
ao crack consistia na morte <strong>de</strong> um traficante (ou mais <strong>de</strong> um) por<<strong>br</strong> />
outro (ou outros), e não, ao contrário do <strong>que</strong> reza a sabedoria<<strong>br</strong> />
convencional, na <strong>de</strong> um lojista por um drogado por causa <strong>de</strong> uns<<strong>br</strong> />
trocados. O resultado foi uma enorme escalada dos crimes<<strong>br</strong> />
violentos. Um es<strong>tudo</strong> revelou <strong>que</strong> mais <strong>de</strong> 25% dos homicídios <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
Nova York em 1988 estavam relacionados ao crack.