05.03.2014 Views

freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br

freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br

freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

mentem. Consi<strong>de</strong>remos uma disputa entre um candidato negro e<<strong>br</strong> />

um <strong>br</strong>anco. Será <strong>que</strong> os eleitores <strong>br</strong>ancos mentiriam aos<<strong>br</strong> />

pesquisadores <strong>de</strong> opinião, <strong>de</strong>clarando <strong>que</strong> vão votar no candidato<<strong>br</strong> />

negro <strong>de</strong> modo a parecerem mais isentos do <strong>que</strong> efetivamente são?<<strong>br</strong> />

Aparentemente, sim. Na eleição para a prefeitura <strong>de</strong> Nova York<<strong>br</strong> />

em 19B9, entre David Dinkins (um candidato negro) e Rudolph<<strong>br</strong> />

Giuliani (<strong>que</strong> é <strong>br</strong>anco), Dinkins venceu por apenas poucos<<strong>br</strong> />

pontos. Embora Dinkins tenha se tornado o primeiro prefeito<<strong>br</strong> />

negro da cida<strong>de</strong>, sua pe<strong>que</strong>na margem <strong>de</strong> vantagem surpreen<strong>de</strong>u,<<strong>br</strong> />

pois as pesquisas haviam lhe dado a vitória por quase 15 pontos.<<strong>br</strong> />

Quando o <strong>de</strong>fensor da supremacia <strong>br</strong>anca David Duke concorreu<<strong>br</strong> />

ao Senado americano em 1990, o número <strong>de</strong> votos <strong>que</strong> recebeu<<strong>br</strong> />

superou em quase 20% o previsto pelas pesquisas pré-eleitorais, o<<strong>br</strong> />

<strong>que</strong> indica <strong>que</strong> milhares <strong>de</strong> eleitores da Louisiana não quiseram<<strong>br</strong> />

admitir sua preferência por um candidato com pontos <strong>de</strong> vista<<strong>br</strong> />

racistas.<<strong>br</strong> />

Duke, embora nunca tenha alcançado o alto cargo político <strong>que</strong><<strong>br</strong> />

tantas vezes buscou, provou ser um mestre no abuso <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

informações. Como Gran<strong>de</strong> Mago dos Cavaleiros da Ku Klux<<strong>br</strong> />

Klan, ele conseguiu compilar uma lista <strong>de</strong> en<strong>de</strong>reços <strong>de</strong> milhares<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> mem<strong>br</strong>os e simpatizantes da Klan, <strong>que</strong> acabaram por constituir<<strong>br</strong> />

sua base política. Não contente <strong>de</strong> usar tal lista em proveito<<strong>br</strong> />

próprio, ven<strong>de</strong>u-a por $150 mil ao governador da Louisiana. Anos<<strong>br</strong> />

mais tar<strong>de</strong>, Duke voltaria a utilizar a lista, sugerindo a seus<<strong>br</strong> />

admiradores <strong>que</strong> atravessava uma época <strong>de</strong> vacas magras e precisava<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> doações. Graças a esse expediente, Duke levantou centenas <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

milhares <strong>de</strong> dólares para prosseguir com seu trabalho em prol da<<strong>br</strong> />

supremacia <strong>br</strong>anca. Explicara a seus correligionários nas cartas<<strong>br</strong> />

enviadas <strong>que</strong> sua situação era tão difícil, <strong>que</strong> o banco vinha<<strong>br</strong> />

tentando retomar-lhe a casa.<<strong>br</strong> />

Na verda<strong>de</strong>, Duke já a ven<strong>de</strong>ra com bom lucro (não sabemos<<strong>br</strong> />

se usou ou não um corretor <strong>de</strong> imóveis), e a maior parte do<<strong>br</strong> />

dinheiro angariado não estava sendo usada para promover a<<strong>br</strong> />

supremacia <strong>br</strong>anca, mas para sustentar a jogatina, seu vício. Ele<<strong>br</strong> />

administrou essa rentável maracutaia até ser preso e mandado para<<strong>br</strong> />

a penitenciária fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Big Spring, no Texas.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!