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freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br

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abismo entre as crianças negras e as <strong>br</strong>ancas praticamente inexiste no<<strong>br</strong> />

momento em <strong>que</strong> elas entram na escola.<<strong>br</strong> />

Tal <strong>de</strong>scoberta é encorajadora sob dois aspectos: significa <strong>que</strong> as<<strong>br</strong> />

crianças negras pe<strong>que</strong>nas continuaram a obter ganhos quando<<strong>br</strong> />

comparadas às <strong>br</strong>ancas. Significa, ainda, <strong>que</strong> o abismo remanescente,<<strong>br</strong> />

seja <strong>de</strong> <strong>que</strong> dimensão for, po<strong>de</strong> ser vincu<strong>lado</strong> a um punhado <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

fatores prontamente i<strong>de</strong>ntificáveis. Os dados revelam <strong>que</strong> o mau<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>sempenho escolar das crianças negras não se <strong>de</strong>ve ao fato <strong>de</strong> ser<<strong>br</strong> />

negro, mas ao <strong>de</strong> vir <strong>de</strong> lares <strong>de</strong> baixa renda e baixa instrução.<<strong>br</strong> />

Crianças negras e <strong>br</strong>ancas do mesmo nível socioeconômico, porém,<<strong>br</strong> />

apresentam a mesma capacida<strong>de</strong> para leitura e para matemática ao<<strong>br</strong> />

entrar no jardim-<strong>de</strong>-infância.<<strong>br</strong> />

Uma boa notícia, não? Calma. Primeiramente, tendo em vista<<strong>br</strong> />

<strong>que</strong> a criança negra média tem maior probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vir <strong>de</strong> um lar<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> baixa renda e baixa instrução, o abismo é bastante real: na média,<<strong>br</strong> />

as crianças negras ainda continuam tendo <strong>de</strong>sempenhos piores. Para<<strong>br</strong> />

piorar, mesmo quando <strong>de</strong>scontamos a renda e a instrução dos pais, o<<strong>br</strong> />

abismo entre negros e <strong>br</strong>ancos reaparece logo nos primeiros dois<<strong>br</strong> />

anos <strong>de</strong>pois da entrada na escola. No final do ensino fundamental, o<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> uma criança negra está abaixo do <strong>de</strong> uma criança<<strong>br</strong> />

<strong>br</strong>anca estatisticamente equivalente. E o abismo cresce<<strong>br</strong> />

consistentemente ao longo do ensino médio e da faculda<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />

Por quê? Essa é uma pergunta difícil e complexa, mas uma<<strong>br</strong> />

resposta possível talvez seja a <strong>de</strong> <strong>que</strong> a escola freqüentada pela<<strong>br</strong> />

criança negra padrão não é a mesma <strong>que</strong> a criança <strong>br</strong>anca padrão<<strong>br</strong> />

freqüenta, e a da primeira é simplesmente... ruim. Mesmo 50 anos<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>pois do caso Brown x Conselho <strong>de</strong> Educação, muitas escolas<<strong>br</strong> />

americanas continuam, na prática, segregadas. O Es<strong>tudo</strong> Longitudinal<<strong>br</strong> />

pesquisou aproximadamente mil escolas, tomando como amostragem<<strong>br</strong> />

20 alunos <strong>de</strong> cada. Em 35% <strong>de</strong>ssas escolas, nem uma única criança<<strong>br</strong> />

negra foi incluída na amostragem. A típica criança <strong>br</strong>anca do es<strong>tudo</strong><<strong>br</strong> />

freqüenta uma escola <strong>que</strong> tem apenas 6% <strong>de</strong> alunos negros, enquanto a<<strong>br</strong> />

típica criança negra freqüenta uma escola com cerca <strong>de</strong> 60% <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

negros.<<strong>br</strong> />

Em <strong>que</strong> aspecto as escolas negras são ruins? Curiosamente, não<<strong>br</strong> />

nos aspectos tradicionalmente avaliados. Em termos <strong>de</strong>

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