freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br
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opinião, ninguém exibia com maior <strong>org</strong>ulho do <strong>que</strong> a Ku Klux<<strong>br</strong> />
Klan. Para ele, a Klan era o <strong>br</strong>aço terrorista do próprio establishment<<strong>br</strong> />
<strong>br</strong>anco, problema <strong>que</strong> consi<strong>de</strong>rava inabordável por uma série <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
razões. A Klan <strong>de</strong>sfrutava da intimida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lí<strong>de</strong>res políticos, homens<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> negócios e autorida<strong>de</strong>s do Po<strong>de</strong>r Judiciário. O povo sentia<<strong>br</strong> />
medo e impotência diante <strong>de</strong>la, e os poucos grupos antipreconceito<<strong>br</strong> />
então existentes careciam <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r e até mesmo <strong>de</strong> conheci-mento<<strong>br</strong> />
a seu respeito. Conforme escreveu mais tar<strong>de</strong>, <strong>de</strong>sgostava<<strong>br</strong> />
particularmente <strong>de</strong> um elemento-chave da Klan: "Praticamente o<<strong>br</strong> />
assunto só era tratado em editoriais e não como <strong>de</strong>núncias. Os autores<<strong>br</strong> />
reprovavam a Klan, é verda<strong>de</strong>, mas dispunham <strong>de</strong> pouquíssimos<<strong>br</strong> />
fatos comprovados referentes a ela."<<strong>br</strong> />
Por isso, Kennedy resolveu – como faria qual<strong>que</strong>r inimigo do<<strong>br</strong> />
preconceito <strong>que</strong> fosse <strong>de</strong>votado, <strong>de</strong>stemido e meio insensato –<<strong>br</strong> />
a<strong>de</strong>rir à Klan como espião.<<strong>br</strong> />
Em Atlanta, começou a freqüentar um bilhar "cujos fregueses<<strong>br</strong> />
habituais", conforme escreveu, "possuem a<strong>que</strong>le olhar frustrado e<<strong>br</strong> />
cruel típico da Klan". Um indivíduo chamado Slim, motorista <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
táxi, sentou-se a seu <strong>lado</strong> no bar uma tar<strong>de</strong>. "Este país precisa é <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
uma boa kluxing", disse Slim. "E a única maneira <strong>de</strong> pôr estes<<strong>br</strong> />
negros, jacós, carolas católicos e comunistas no <strong>de</strong>vido lugar!"<<strong>br</strong> />
Kennedy se apresentou como John S. Perkins, o nome falso <strong>que</strong><<strong>br</strong> />
escolhera para sua missão. Partilhou com Slim a informação<<strong>br</strong> />
verda<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> <strong>que</strong> seu tio Brady Perkins, lá na Flórida, já fora um<<strong>br</strong> />
Gran<strong>de</strong> Titã da Klan. "Mas todos já morreram, não é?", perguntou<<strong>br</strong> />
a Slim.<<strong>br</strong> />
Isso levou Slim a sacar do bolso um cartão <strong>de</strong> visitas da Klan:<<strong>br</strong> />
"Ontem, Hoje, Sempre! A Ku Klux Klan continua em ação! Deus<<strong>br</strong> />
Nos Dá Homens!" Slim disse a "Perkins" <strong>que</strong> ele estava com sorte,<<strong>br</strong> />
pois havia um movimento <strong>de</strong> arregimentação em curso. A taxa <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
inscrição <strong>de</strong> $10 – o mote da Klan para estimular a a<strong>de</strong>são era<<strong>br</strong> />
"Você o<strong>de</strong>ia negros? O<strong>de</strong>ia ju<strong>de</strong>us? Tem <strong>de</strong>z dólares?" – fora<<strong>br</strong> />
reduzida para oito. Era preciso pagar mais $10 <strong>de</strong> contribuição anual<<strong>br</strong> />
e $15 pelo camisolão com capuz.<<strong>br</strong> />
Kennedy reclamou do excesso <strong>de</strong> taxas, se fazendo <strong>de</strong> difícil,<<strong>br</strong> />
mas concordou em a<strong>de</strong>rir. Pouco tempo <strong>de</strong>pois, prestou