05.03.2014 Views

freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br

freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br

freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

com um aviso on<strong>de</strong> constava o preço sugerido. O reembolso <strong>que</strong><<strong>br</strong> />

obtinha correspondia a 95% do seu gasto, mas ele atribuía a<<strong>br</strong> />

diferença <strong>de</strong> 5% à <strong>de</strong>satenção e não à frau<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />

Em 1984, por ocasião da mudança <strong>de</strong> administração em seu<<strong>br</strong> />

instituto <strong>de</strong> pesquisa, Feldman fez um balanço <strong>de</strong> sua carreira e não<<strong>br</strong> />

gostou do <strong>que</strong> viu. Resolveu largar o emprego e passar a ven<strong>de</strong>r<<strong>br</strong> />

<strong>br</strong>oas. Os colegas economistas acharam <strong>que</strong> ele tinha pirado, mas a<<strong>br</strong> />

esposa o apoiou. O filho mais novo dos dois estava terminando a<<strong>br</strong> />

faculda<strong>de</strong>, e o casal já quitara a hipoteca da casa em <strong>que</strong> morava.<<strong>br</strong> />

Percorrendo os estacionamentos dos prédios <strong>de</strong> escritórios nos<<strong>br</strong> />

arredores <strong>de</strong> Washington, Feldman seduzia os clientes com uma isca<<strong>br</strong> />

simples: <strong>de</strong> manhã cedinho, fazia a entrega das <strong>br</strong>oas e <strong>de</strong> uma<<strong>br</strong> />

"caixinha" na sala <strong>de</strong> recreação <strong>de</strong> uma empresa; antes do almoço,<<strong>br</strong> />

voltava para coletar o dinheiro e as <strong>br</strong>oas não consumidas. Era um<<strong>br</strong> />

es<strong>que</strong>ma <strong>de</strong> comércio baseado na honra, e funcionava. Em poucos<<strong>br</strong> />

anos, Feldman passou a entregar 8.400 <strong>br</strong>oas por semana a 140<<strong>br</strong> />

empresas, ganhando tanto quanto ganhava na época em <strong>que</strong> era<<strong>br</strong> />

analista <strong>de</strong> mercado. Desatara as amarras <strong>de</strong> uma vida enclausurada<<strong>br</strong> />

e encontrara a felicida<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />

Feldman também realizou – sem ter tido a intenção <strong>de</strong> fazê-lo<<strong>br</strong> />

– um belíssimo experimento econômico. Des<strong>de</strong> o início, ele<<strong>br</strong> />

manteve uma escrituração minuciosa <strong>de</strong> suas vendas. Assim,<<strong>br</strong> />

comparando o dinheiro coletado com as <strong>br</strong>oas consumidas,<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>sco<strong>br</strong>iu ser possível avaliar, até o mínimo centavo, a honestida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> sais fregueses. Roubavam <strong>de</strong>le? Em caso afirmativo, quais as<<strong>br</strong> />

características <strong>de</strong> uma empresa <strong>que</strong> roubava e quais a características<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> uma empresa honesta? Em <strong>que</strong> circunstâncias costuma-se roubar<<strong>br</strong> />

mais, ou menos?<<strong>br</strong> />

Com efeito, o es<strong>tudo</strong> aci<strong>de</strong>ntal <strong>de</strong> Feldman fornece uma pista<<strong>br</strong> />

so<strong>br</strong>e um tipo <strong>de</strong> trapaça <strong>que</strong> há muito <strong>de</strong>ixava cismados os<<strong>br</strong> />

estudiosos: o crime do colarinho <strong>br</strong>anco (sim, lesar o ven<strong>de</strong>dor <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>br</strong>oa é um crime do colarinho <strong>br</strong>anco, embora menor). Po<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

parecer estranho abordar um problema sério e refratário como esse<<strong>br</strong> />

através da existência <strong>de</strong> um ven<strong>de</strong>dor <strong>de</strong> <strong>br</strong>oas, mas é comum uma<<strong>br</strong> />

pergunta simples e curta auxiliar na solução <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s problemas.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!