freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br
freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br
freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Prefácio à edição <strong>br</strong>asileira<<strong>br</strong> />
Conheci Steven Levitt em 1999 na Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Chicago, on<strong>de</strong><<strong>br</strong> />
ele leciona. Simpático, cara <strong>de</strong> garoto, vestido <strong>de</strong> forma simples e,<<strong>br</strong> />
ao contrário <strong>de</strong> muitos jovens economistas menos <strong>br</strong>ilhantes do <strong>que</strong><<strong>br</strong> />
ele, sem nenhuma arrogância. Durante a conversa <strong>de</strong>u para perceber<<strong>br</strong> />
uma outra característica sua, a <strong>de</strong> <strong>que</strong> seus interesses estão longe <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
ser os <strong>de</strong> um economista tradicional, pelo menos <strong>de</strong> acordo com o<<strong>br</strong> />
papel <strong>que</strong> se espera <strong>de</strong> um economista no Brasil. Aqui, associamos<<strong>br</strong> />
economia a assuntos macroeconômicos, como inflação, juros e<<strong>br</strong> />
câmbio, e espera-se <strong>que</strong> todo economista discorra com extrema<<strong>br</strong> />
segurança e sapiência so<strong>br</strong>e estes temas e <strong>que</strong> faça projeções<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>finitivas so<strong>br</strong>e o rumo da economia.<<strong>br</strong> />
Dado este cenário, a conversa com Steven Levitt foi um<<strong>br</strong> />
sopro <strong>de</strong> ar fresco. Ele se <strong>de</strong>fine incompetente para analisar e<<strong>br</strong> />
comentar quais<strong>que</strong>r da<strong>que</strong>les assuntos. Apesar <strong>de</strong> ter um doutorado<<strong>br</strong> />
pelo MIT, uma das melhores e mais prestigiadas universida<strong>de</strong>s<<strong>br</strong> />
americanas, ele não se consi<strong>de</strong>ra proficiente em matemática, em<<strong>br</strong> />
econometria ou em macroeconomia. Não acompanha conjuntura,<<strong>br</strong> />
não dá opiniões so<strong>br</strong>e política fiscal ou monetária e muito menos<<strong>br</strong> />
faz projeções, a não ser so<strong>br</strong>e temas não-usuais, como quais serão<<strong>br</strong> />
os nomes mais populares <strong>de</strong> crianças nos Estados Unidos em 2015.<<strong>br</strong> />
O <strong>que</strong> fez então Steven Levitt para merecer a medalha Clark,<<strong>br</strong> />
prêmio dado a cada dois anos ao economista americano <strong>de</strong> menos<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> quarenta anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> com contribuições notáveis à profissão?<<strong>br</strong> />
O <strong>que</strong> ele fez foi formular perguntas — e respon<strong>de</strong>r a elas — so<strong>br</strong>e<<strong>br</strong> />
temas originais e instigantes <strong>que</strong> <strong>de</strong>safiam a "sabedoria<<strong>br</strong> />
convencional". Este termo, segundo explicado no terceiro capítulo<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>ste livro, foi cunhado pelo conhecido economista John Kenneth<<strong>br</strong> />
Gal<strong>br</strong>aith, e