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freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br

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criança, não são os pais <strong>que</strong> basicamente escolhem os amiguinhos<<strong>br</strong> />

dos filhos? Não é por isso <strong>que</strong> se angustiam tanto na hora <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

escolher a vizinhança certa, a escola certa, o grupo certo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

amigos?<<strong>br</strong> />

Apesar <strong>de</strong> <strong>tudo</strong>, é boa a pergunta so<strong>br</strong>e o quanto importam os<<strong>br</strong> />

pais. Ela também é tremendamente complicada. Para <strong>de</strong>terminar a<<strong>br</strong> />

influência dos pais, qual a dimensão da criança a ser medida? A sua<<strong>br</strong> />

personalida<strong>de</strong>? As notas escolares? A postura moral? A competência<<strong>br</strong> />

criativa? Seu salário na fase adulta? E <strong>que</strong> peso <strong>de</strong>ve ser atribuído a<<strong>br</strong> />

cada um dos elementos <strong>que</strong> afetam o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma<<strong>br</strong> />

criança, isto é, os genes, o ambiente familiar, o nível<<strong>br</strong> />

socioeconômico, a escolarida<strong>de</strong>, a discriminação, a sorte, as<<strong>br</strong> />

doenças etc.?<<strong>br</strong> />

Apenas para argumentar, consi<strong>de</strong>remos a história <strong>de</strong> dois<<strong>br</strong> />

meninos, um <strong>br</strong>anco e um negro.<<strong>br</strong> />

O <strong>br</strong>anco cresce na zona resi<strong>de</strong>ncial <strong>de</strong> Chicago, criado por<<strong>br</strong> />

pais <strong>que</strong> lêem muito e são engajados na reforma do ensino. O pai,<<strong>br</strong> />

<strong>que</strong> tem um bom emprego na indústria, freqüentemente leva o<<strong>br</strong> />

filho para caminhadas ecológicas. A mãe é uma dona <strong>de</strong> casa <strong>que</strong><<strong>br</strong> />

acaba voltando para a faculda<strong>de</strong> e se formando em educação. O<<strong>br</strong> />

menino é feliz e tem um ótimo <strong>de</strong>sempenho escolar. Seus<<strong>br</strong> />

professores acham <strong>que</strong> ele tem condições <strong>de</strong> se tornar um gênio da<<strong>br</strong> />

matemática. Os pais o encorajam e ficam <strong>org</strong>ulhosíssimos quando<<strong>br</strong> />

o filho pula um ano. Seu irmão mais novo é uma gracinha e muito<<strong>br</strong> />

inteligente também. A família chega ao ponto <strong>de</strong> fazer saraus<<strong>br</strong> />

literários em casa.<<strong>br</strong> />

O menino negro nasceu em Daytona Beach, na Flórida, e foi<<strong>br</strong> />

abandonado pela mãe aos dois anos. O pai tem um bom emprego<<strong>br</strong> />

como ven<strong>de</strong>dor, mas bebe muito e costuma espancar o garoto com a<<strong>br</strong> />

ponta <strong>de</strong> metal <strong>de</strong> uma mangueira <strong>de</strong> jardim. Uma noite, quando o<<strong>br</strong> />

menino tem 11 anos e está enfeitando uma pe<strong>que</strong>na árvore <strong>de</strong> Natal<<strong>br</strong> />

— a primeira da sua vida —, o pai começa a surrar a namorada na<<strong>br</strong> />

cozinha. A surra é tão violenta <strong>que</strong> alguns <strong>de</strong>ntes da moça vão parar<<strong>br</strong> />

na base da árvore <strong>de</strong> Natal, mas o menino sabiamente não a<strong>br</strong>e a<<strong>br</strong> />

boca. Na escola, ele não se empenha o mínimo. Em pouco tempo,<<strong>br</strong> />

está ven<strong>de</strong>ndo drogas, assaltando e andando armado. Faz <strong>que</strong>stão <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

já estar dormindo quando o pai chega bêbado da rua e <strong>de</strong> sair antes<<strong>br</strong> />

<strong>que</strong>

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