05.03.2014 Views

freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br

freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br

freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

anos 90. Será, porém, <strong>que</strong> apenas aumentar o número <strong>de</strong> policiais<<strong>br</strong> />

reduz a criminalida<strong>de</strong>? A resposta parece óbvia — sim — mas<<strong>br</strong> />

comprovar sua veracida<strong>de</strong> já não é tão fácil, visto <strong>que</strong> quando a<<strong>br</strong> />

criminalida<strong>de</strong> cresce, a população exige proteção e<<strong>br</strong> />

invariavelmente <strong>de</strong>stinam-se mais verbas à polícia. Assim, se<<strong>br</strong> />

observarmos unicamente as correlações evi<strong>de</strong>ntes entre a polícia e<<strong>br</strong> />

a criminalida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>sco<strong>br</strong>iremos <strong>que</strong> quando há mais policiais, a<<strong>br</strong> />

tendência é haver mais crimes. Isso, é claro, não significa <strong>que</strong> a<<strong>br</strong> />

polícia esteja ensejando os crimes, assim como não se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>duzir<<strong>br</strong> />

daí, como fizeram alguns criminologistas, <strong>que</strong> a criminalida<strong>de</strong> cairia<<strong>br</strong> />

se os criminosos fossem libertados da ca<strong>de</strong>ia.<<strong>br</strong> />

Para <strong>de</strong>monstrar a causalida<strong>de</strong> é necessário um cenário em<<strong>br</strong> />

<strong>que</strong> se contratem mais policiais por motivos totalmente<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>svincu<strong>lado</strong>s do aumento do número <strong>de</strong> crimes. Se, por<<strong>br</strong> />

exemplo, distribuíssemos policiais aleatoriamente em algumas<<strong>br</strong> />

cida<strong>de</strong>s e não o fizéssemos em outras, seria possível verificar se a<<strong>br</strong> />

criminalida<strong>de</strong> cai nas cida<strong>de</strong>s <strong>que</strong> foram contempladas com esses<<strong>br</strong> />

policiais.<<strong>br</strong> />

Para ser franco, é esse precisamente o cenário criado por<<strong>br</strong> />

políticos ávidos <strong>de</strong> votos. Nos meses <strong>que</strong> antece<strong>de</strong>m a eleição, os<<strong>br</strong> />

prefeitos costumam garantir seus votos através da contratação <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

mais policiais — mesmo quando o índice <strong>de</strong> criminalida<strong>de</strong> se<<strong>br</strong> />

encontra estacionário. Assim, comparando-se o índice <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

criminalida<strong>de</strong> em um conjunto <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s on<strong>de</strong> recentemente<<strong>br</strong> />

houve eleições municipais (e, conseqüentemente, mais policiais<<strong>br</strong> />

foram contratados) com outro conjunto <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s on<strong>de</strong> não se<<strong>br</strong> />

realizaram eleições (logo, cujo número <strong>de</strong> policiais não aumentou),<<strong>br</strong> />

é possível medir o efeito <strong>de</strong>sse contingente policial extra so<strong>br</strong>e a<<strong>br</strong> />

criminalida<strong>de</strong>. A resposta é: mais policiais realmente contribuem<<strong>br</strong> />

para reduzir substancialmente os índices <strong>de</strong> criminalida<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />

Novamente vale a pena olhar para trás e <strong>de</strong>terminar, para<<strong>br</strong> />

começar, por <strong>que</strong> a criminalida<strong>de</strong> cresceu tanto. De 1960 a 1985, o<<strong>br</strong> />

número <strong>de</strong> policiais caiu mais <strong>de</strong> 50% em relação ao número <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

crimes. Em alguns casos, a contratação <strong>de</strong> mais efetivo foi<<strong>br</strong> />

consi<strong>de</strong>rada uma violação da postura liberal da época; em outros,<<strong>br</strong> />

foi apenas taxada <strong>de</strong> excessivamente onerosa. Essa redução <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

50% no

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!