freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br
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Se trapacear para per<strong>de</strong>r é o pior pecado do esporte, e se o<<strong>br</strong> />
sumô é o principal esporte <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> nação, é impossível<<strong>br</strong> />
imaginar a existência <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> roubo no sumô. Ou não?<<strong>br</strong> />
Mais uma vez os dados contam a história. Como aconteceu<<strong>br</strong> />
com os testes escolares em Chicago, os dados em exame aqui são<<strong>br</strong> />
expressivos: os resultados <strong>de</strong> quase todas as lutas oficiais <strong>de</strong> sumô<<strong>br</strong> />
disputadas entre os mais categorizados atletas japoneses <strong>de</strong>sse<<strong>br</strong> />
esporte entre janeiro <strong>de</strong> 1989 e janeiro <strong>de</strong> 2000 – um total <strong>de</strong> 32<<strong>br</strong> />
mil encontros envolvendo 281 diferentes adversários.<<strong>br</strong> />
O es<strong>que</strong>ma <strong>de</strong> incentivos <strong>que</strong> governa o sumô é intricado e<<strong>br</strong> />
extremamente potente. Cada lutador <strong>de</strong>tém uma posição no<<strong>br</strong> />
ranking <strong>que</strong> afeta todas as áreas <strong>de</strong> sua vida: o dinheiro <strong>que</strong> ganha,<<strong>br</strong> />
o tamanho do staff <strong>que</strong> o acompanha, o volume <strong>de</strong> comida <strong>que</strong><<strong>br</strong> />
ingere, as horas <strong>de</strong> sono e a forma como <strong>de</strong>sfruta do seu sucesso.<<strong>br</strong> />
Os 66 lutadores "top <strong>de</strong> linha" no Japão, incluindo as categorias<<strong>br</strong> />
makuuchi e juryo, encarnam a elite do sumô. Um atleta próximo ao<<strong>br</strong> />
pico <strong>de</strong>ssa pirâmi<strong>de</strong> privilegiada é capaz <strong>de</strong> ganhar milhões e ser<<strong>br</strong> />
tratado como um rei. Os <strong>que</strong> pertencem ao grupo dos 40 melhores<<strong>br</strong> />
faturam, no mínimo, $170 mil por ano. Enquanto isso, o dono do<<strong>br</strong> />
70° lugar no ranking não embolsa mais do <strong>que</strong> $15 mil anualmente.<<strong>br</strong> />
A vida não é fácil para <strong>que</strong>m não pertence à elite. Os lutadores<<strong>br</strong> />
menos cotados no ranking têm <strong>que</strong> servir a seus superiores,<<strong>br</strong> />
preparando-lhes refeições, limpando seus alojamentos e até mesmo<<strong>br</strong> />
ensaboando as partes mais recônditas <strong>de</strong> seus corpos. Por isso,<<strong>br</strong> />
<strong>tudo</strong> gira em torno do ranking.<<strong>br</strong> />
A classificação no ranking se baseia no <strong>de</strong>sempenho do atleta<<strong>br</strong> />
nos torneios da elite realizados seis vezes ao ano. Cada um <strong>de</strong>les<<strong>br</strong> />
disputa 15 lutas por torneio, uma por dia durante 15 dias seguidos.<<strong>br</strong> />
O atleta <strong>que</strong> termina o torneio com um bom resultado (oito ou<<strong>br</strong> />
mais vitórias), ascen<strong>de</strong> no ranking. Do mesmo modo, um resultado<<strong>br</strong> />
ruim o levará a <strong>de</strong>scer no ranking. Se essa <strong>que</strong>da for muito<<strong>br</strong> />
acentuada, ele estará totalmente alijado da elite. Assim, a oitava<<strong>br</strong> />
vitória em um torneio é vital, ou seja, representa a diferença entre a<<strong>br</strong> />
promoção e o retrocesso; na prática, para efeito <strong>de</strong> colocação, ela<<strong>br</strong> />
vale cerca <strong>de</strong> quatro vezes mais do <strong>que</strong> uma vitória simples.