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freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br

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com <strong>que</strong> os especialistas em educação infantil contradizem uns aos<<strong>br</strong> />

outros e até mesmo a si próprios. Sua falação seria hilária se não<<strong>br</strong> />

causasse tanta confusão e, muitas vezes, medo. Gary Ezzo, <strong>que</strong> na<<strong>br</strong> />

série <strong>de</strong> livros Babywise avaliza uma "estratégia <strong>de</strong> administração<<strong>br</strong> />

da criança" para mães e pais em busca "da perfeição como<<strong>br</strong> />

genitores", enfatiza a importância <strong>de</strong> habituar um bebê, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

cedo, a dormir sozinho a noite toda. Do contrário, adverte Ezzo, a<<strong>br</strong> />

falta <strong>de</strong> sono po<strong>de</strong> "causar um impacto negativo so<strong>br</strong>e o<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>senvolvimento do sistema nervoso central da criança", levando a<<strong>br</strong> />

dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aprendizado. Por outro <strong>lado</strong>, os <strong>que</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m<<strong>br</strong> />

<strong>que</strong> o bebê <strong>de</strong>ve "dormir acompanhado" advertem <strong>que</strong> dormir<<strong>br</strong> />

sozinho é psicologicamente prejudicial para o bebê e <strong>que</strong> o<<strong>br</strong> />

mesmo <strong>de</strong>ve ser acolhi-do na "cama da família". E quanto à<<strong>br</strong> />

estimulação? Em 1983, T. Berry Brazelton escreveu <strong>que</strong> um bebê<<strong>br</strong> />

vem ao mundo "totalmente equipado para apren<strong>de</strong>r so<strong>br</strong>e si<<strong>br</strong> />

mesmo e o mundo <strong>que</strong> o cerca". Brazelton era a favor <strong>de</strong> uma<<strong>br</strong> />

calorosa estimulação precoce — uma criança "interativa". Cem<<strong>br</strong> />

anos antes, porém, L. Emmet Holt alertara para o fato <strong>de</strong> <strong>que</strong> um<<strong>br</strong> />

bebê não era um "<strong>br</strong>in<strong>que</strong>do". Não <strong>de</strong>-via haver "pressão, coação<<strong>br</strong> />

ou estimulação in<strong>de</strong>vida" durante os dois primeiros anos <strong>de</strong> vida.<<strong>br</strong> />

Para Holt, o cére<strong>br</strong>o se <strong>de</strong>senvolve <strong>de</strong> tal forma nesse período <strong>que</strong><<strong>br</strong> />

uma estimulação exagerada po<strong>de</strong> "causar muitos danos". Ele<<strong>br</strong> />

acreditava, também, <strong>que</strong> um bebê <strong>que</strong> chora não <strong>de</strong>ve ser posto no<<strong>br</strong> />

colo a menos <strong>que</strong> esteja com dor. Sua explicação era a <strong>de</strong> <strong>que</strong> é<<strong>br</strong> />

preciso <strong>de</strong>ixar um bebê chorar <strong>de</strong> 15 a 30 minutos por dia: "Esse<<strong>br</strong> />

é o exercício do bebê."<<strong>br</strong> />

O típico especialista <strong>de</strong>ssa área, como os <strong>de</strong> outras, ten<strong>de</strong> a<<strong>br</strong> />

passar uma excessiva autoconfiança. Um especialista não fica<<strong>br</strong> />

pesando todos os <strong>lado</strong>s <strong>de</strong> uma <strong>que</strong>stão: finca logo uma ban<strong>de</strong>ira<<strong>br</strong> />

num <strong>de</strong>les. Isso acontece por<strong>que</strong> um especialista cujos argumentos<<strong>br</strong> />

soem comedidos ou reticentes não atrai muita atenção. Um<<strong>br</strong> />

especialista tem <strong>que</strong> ser direto se o <strong>que</strong> preten<strong>de</strong> é transformar sua<<strong>br</strong> />

teoria <strong>de</strong> algibeira em sabedoria convencional. O melhor meio<<strong>br</strong> />

para consegui-lo é falar à emoção da platéia, pois a emoção é a<<strong>br</strong> />

inimiga da argumentação racional. Em termos <strong>de</strong> emoções, uma<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>las — o medo — é mais forte <strong>que</strong> as <strong>de</strong>mais. O superpredador,<<strong>br</strong> />

as armas <strong>de</strong>

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