freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br
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No entanto, isso não significa <strong>que</strong> os pais não tenham<<strong>br</strong> />
importância. E claro <strong>que</strong> têm um bocado. Esta é a charada:<<strong>br</strong> />
quando se pega um livro so<strong>br</strong>e como criar filhos, já é tar<strong>de</strong><<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>mais. A maior parte das coisas importantes foi <strong>de</strong>cidida há<<strong>br</strong> />
muito tempo – <strong>que</strong>m somos, com <strong>que</strong>m nos casamos, <strong>que</strong> tipo<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> vida leva-mos. Se você é inteligente, trabalhador, instruído,<<strong>br</strong> />
ganha bem e está casado com alguém igualmente privilegiado,<<strong>br</strong> />
seus filhos têm gran<strong>de</strong>s chances <strong>de</strong> se dar bem na vida (também<<strong>br</strong> />
não atrapalha, ao <strong>que</strong> <strong>tudo</strong> indica, ser honesto, equili<strong>br</strong>ado,<<strong>br</strong> />
carinhoso, bem como interessado pelo mundo à volta). Porém<<strong>br</strong> />
não se trata tanto do <strong>que</strong> você faz como pai, mas <strong>de</strong> <strong>que</strong>m você é.<<strong>br</strong> />
Nesse sentido, um pai superprotetor lem<strong>br</strong>a muito um candidato<<strong>br</strong> />
político <strong>que</strong> acredita <strong>que</strong> o dinheiro ganha eleições, quando na<<strong>br</strong> />
verda<strong>de</strong> todo o dinheiro do mundo não é capaz <strong>de</strong> eleger alguém<<strong>br</strong> />
<strong>que</strong> os eleitores não apreciem.<<strong>br</strong> />
Em um trabalho intitu<strong>lado</strong> "The Nature and Nurture of<<strong>br</strong> />
Economic Outcomes", o economista Bruce Sacerdote abordou o<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>bate natureza-criação, fazendo uma avaliação quantitativa <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
longo prazo dos efeitos da criação <strong>de</strong> um filho. Utilizou três<<strong>br</strong> />
es<strong>tudo</strong>s so<strong>br</strong>e adoção – dois americanos e um inglês –, contendo<<strong>br</strong> />
da-dos consistentes a respeito das crianças adotadas, seus pais<<strong>br</strong> />
adotivos e os biológicos. Sacerdote <strong>de</strong>sco<strong>br</strong>iu <strong>que</strong> os pais <strong>que</strong><<strong>br</strong> />
adotam filhos são quase sempre mais inteligentes, mais instruídos<<strong>br</strong> />
e mais bem pagos do <strong>que</strong> os pais biológicos do bebê. No entanto,<<strong>br</strong> />
as vantagens dos pais adotivos exercem pouca influência so<strong>br</strong>e<<strong>br</strong> />
o <strong>de</strong>sempenho escolar do filho. Como também foi visto nos<<strong>br</strong> />
dados do Es<strong>tudo</strong> Longitudinal, os filhos adotivos tiram notas<<strong>br</strong> />
relativamente baixas na escola; qual<strong>que</strong>r <strong>que</strong> seja a influência <strong>que</strong><<strong>br</strong> />
os pais adotivos exerçam, ela aparentemente é suplantada pela<<strong>br</strong> />
força da genética. Sacerdote <strong>de</strong>sco<strong>br</strong>iu, porém, <strong>que</strong> os pais não<<strong>br</strong> />
permanecem impotentes para sempre. Ao se tornarem adultos,<<strong>br</strong> />
os filhos adotivos já <strong>de</strong>ram uma guinada expressiva quanto ao<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>stino <strong>que</strong> lhes fora reservado apenas em função do seu QI.<<strong>br</strong> />
Comparados a crianças similares <strong>que</strong> não foram entregues à<<strong>br</strong> />
adoção, observou-se <strong>que</strong> os adotados são muito mais propensos<<strong>br</strong> />
a freqüentar a