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freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br

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É verda<strong>de</strong> <strong>que</strong> os dados eleitorais <strong>de</strong>monstram <strong>que</strong> o<<strong>br</strong> />

candidato <strong>que</strong> gasta mais numa campanha costuma ganhar a<<strong>br</strong> />

eleição. Mas será o dinheiro a razão da vitória?<<strong>br</strong> />

Parece lógico pensar <strong>que</strong> sim, da mesma forma como pareceu<<strong>br</strong> />

lógico creditar a redução da criminalida<strong>de</strong> ao crescimento<<strong>br</strong> />

econômico acelerado dos anos 90. No entanto, apenas por<strong>que</strong><<strong>br</strong> />

duas coisas são correlatas isso não implica <strong>que</strong> uma <strong>de</strong>las tenha<<strong>br</strong> />

como conseqüência a outra. Uma correlação aponta<<strong>br</strong> />

simplesmente para a existência <strong>de</strong> uma relação entre dois fatores<<strong>br</strong> />

— X e Y, digamos —, mas nada revela.<<strong>br</strong> />

Reflitamos so<strong>br</strong>e tal correlação: as cida<strong>de</strong>s com muitos<<strong>br</strong> />

homicídios também costumam ter muitos policiais. Tomemos<<strong>br</strong> />

agora a correlação polícia/homicídio numa dupla <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s<<strong>br</strong> />

reais. Denver e Washington têm mais ou menos a mesma<<strong>br</strong> />

população — mas a força policial <strong>de</strong> Washington é quase três<<strong>br</strong> />

vezes maior do <strong>que</strong> a <strong>de</strong> Denver, e a capital também tem oito<<strong>br</strong> />

vezes mais homicídios. A menos <strong>que</strong> você disponha <strong>de</strong> mais<<strong>br</strong> />

informações, porém, é difícil dizer qual fator é a causa disso.<<strong>br</strong> />

Algum <strong>de</strong>savisado po<strong>de</strong>ria examinar esses números e concluir<<strong>br</strong> />

<strong>que</strong> esses policiais a mais sejam a razão do número maior <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

crimes. Esse raciocínio obtuso, <strong>que</strong> tem uma longa história, em<<strong>br</strong> />

geral produz uma reação obtusa, como na lenda do czar <strong>que</strong> foi<<strong>br</strong> />

informado <strong>de</strong> <strong>que</strong> a província com maior incidência <strong>de</strong> doenças<<strong>br</strong> />

era também a <strong>que</strong> contava com mais médicos. Sua solução?<<strong>br</strong> />

Mandou imediatamente fuzilar todos os médicos.<<strong>br</strong> />

Voltando à <strong>que</strong>stão dos gastos <strong>de</strong> campanha: para <strong>de</strong>sco<strong>br</strong>ir a<<strong>br</strong> />

relação entre o dinheiro e as eleições, vale a pena consi<strong>de</strong>rar os<<strong>br</strong> />

incentivos em jogo no financiamento <strong>de</strong> campanhas eleitorais.<<strong>br</strong> />

Digamos <strong>que</strong> você seja o tipo <strong>de</strong> pessoa disposta a doar $ 1 mil<<strong>br</strong> />

para um candidato. Essa <strong>de</strong>cisão ocorrerá, provavelmente, em<<strong>br</strong> />

uma <strong>de</strong>stas duas situações: um pleito apertado em <strong>que</strong> lhe pareça<<strong>br</strong> />

<strong>que</strong> o dinheiro possa influir no resultado, ou uma eleição em <strong>que</strong><<strong>br</strong> />

um dos candidatos seja favorito absoluto e apeteça a você tirar<<strong>br</strong> />

partido <strong>de</strong>ssa glória ou receber algo em troca no futuro. Com<<strong>br</strong> />

toda certeza, seu dinheiro não irá para o azarão (basta perguntar a

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