freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br

De acordo com esse estudo, se DeShawn Williams e Jake<br />
Williams mandassem currículos idênticos para o mesmo<br />
empregador, Jake Williams teria mais chances de ser chamado. A<br />
implicação é que nomes que soam negros acarretam uma punição<br />
econômica. Tais estudos são fascinantes, mas altamente limitados,<br />
pois não conseguiram explicar por que DeShawn não foi chamado.<br />
Terá sido rejeitado porque o empregador é racista e está<br />
convencido de que DeShawn Williams seja negro? Ou sua rejeição<br />
se deveu à impressão de que "DeShawn" seja alguém de uma<br />
família de baixa renda e pouca instrução? Um currículo representa<br />
um conjunto de pistas não-confiáveis – um estudo recente<br />
demonstrou que mais de 50% deles contêm mentiras –, e<br />
"DeShawn" pode simplesmente sugerir uma estrutura familiar<br />
carente para um empregador que ache que funcionários de tal<br />
extração não são confiáveis.<br />
Esses estudos também não prevêem o que teria acontecido<br />
numa entrevista de emprego. E se o empregador for racista e<br />
involuntariamente tiver concordado em entrevistar um negro<br />
porta-dor de um nome que soa branco? Ficará mais inclinado a<br />
contratar o candidato negro depois de encontrá-lo cara a cara? Ou<br />
a entre-vista é uma perda de tempo dolorosa e desanimadora para<br />
o candidato negro – ou seja, uma multa econômica por ter um<br />
nome de branco? Seguindo esse mesmo raciocínio, talvez um negro<br />
com nome de branco pague uma multa econômica na comunidade<br />
negra. O que dizer, ainda, da vantagem potencial a ser auferida na<br />
comunidade negra por ter um nome ostensivamente negro? Por não<br />
poderem avaliar o futuro real dos fictícios DeShawn Williams e<br />
Jake Williams, os estudos atuariais são incapazes de processar o<br />
impacto mais amplo de um nome ostensivamente negro.<br />
Quem sabe DeShawn devesse simplesmente mudar de nome.<br />
Faz-se isso o tempo todo, é claro. Os funcionários do Registro<br />
Civil da cidade de Nova York recentemente informaram que a troca<br />
de nomes está no auge. Algumas das mudanças são apenas, ainda que<br />
sob um aspecto bizarro, de natureza estética. Um jovem casal,<br />
Natalie Jeremijenko e Dalton Conley, acabaram de rebatizar o filho<br />
de quatro anos de Yo Xing Heyno Augustus Eisner Alexander<br />
Weiser