freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br
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país com $1 bilhão, mas foram presos, julgados sumariamente e, no<<strong>br</strong> />
dia <strong>de</strong> Natal, executados por um pelotão <strong>de</strong> fuzilamento.<<strong>br</strong> />
De todos os lí<strong>de</strong>res comunistas <strong>de</strong>postos nos anos próximos ao<<strong>br</strong> />
colapso da União Soviética, apenas Nicolae Ceausescu enfrentou<<strong>br</strong> />
uma morte violenta. Não se <strong>de</strong>ve es<strong>que</strong>cer <strong>que</strong> sua <strong>que</strong>da foi<<strong>br</strong> />
precipitada em gran<strong>de</strong> medida pela juventu<strong>de</strong> da Romênia — boa<<strong>br</strong> />
parte da qual, se o aborto não houvesse sido proibido, jamais teria<<strong>br</strong> />
nascido.<<strong>br</strong> />
A história do aborto na Romênia talvez pareça uma maneira<<strong>br</strong> />
estranha <strong>de</strong> começar a contar a história da criminalida<strong>de</strong> americana<<strong>br</strong> />
nos anos 90. Mas não é. De uma forma significativa, a história<<strong>br</strong> />
romena do abono é o avesso da imagem da história da<<strong>br</strong> />
criminalida<strong>de</strong> americana. O ponto <strong>de</strong> encontro <strong>de</strong> ambas foi a<strong>que</strong>le<<strong>br</strong> />
dia <strong>de</strong> Natal <strong>de</strong> 1989, quando Nicolae Ceausescu apren<strong>de</strong>u da<<strong>br</strong> />
maneira difícil — com uma bala na cabeça — <strong>que</strong> sua proibição ao<<strong>br</strong> />
abono tivera implicações muito mais profundas do <strong>que</strong> supunha.<<strong>br</strong> />
Na<strong>que</strong>le dia a criminalida<strong>de</strong> se aproximava <strong>de</strong> seu pico nos<<strong>br</strong> />
Estados Unidos. Nos 15 anos anteriores, os crimes violentos<<strong>br</strong> />
haviam aumentado 80%, constituindo a essência dos telejornais<<strong>br</strong> />
noturnos e das discussões nacionais.<<strong>br</strong> />
Quando o índice <strong>de</strong> criminalida<strong>de</strong> começou a cair no início dos<<strong>br</strong> />
anos 90, essa <strong>que</strong>da foi tão rápida e repentina <strong>que</strong> surpreen<strong>de</strong>u todo<<strong>br</strong> />
mundo. Alguns especialistas precisaram <strong>de</strong> vários anos para se<strong>que</strong>r<<strong>br</strong> />
reconhecer <strong>que</strong> a criminalida<strong>de</strong> estava diminuindo, tão<<strong>br</strong> />
confiantemente apostavam em seu contínuo crescimento. Com<<strong>br</strong> />
efeito, muito tempo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ela atingir o ápice, alguns <strong>de</strong>les<<strong>br</strong> />
continuavam prevendo cenários cada vez mais som<strong>br</strong>ios. As provas,<<strong>br</strong> />
porém, eram irrefutáveis: a longa e <strong>br</strong>utal escalada da criminalida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />
vinha fazendo o caminho oposto e não interromperia essa tendência<<strong>br</strong> />
até <strong>que</strong> os índices chegassem ao patamar <strong>de</strong> 40 anos antes.<<strong>br</strong> />
Agora os especialistas corriam para justificar suas previsões<<strong>br</strong> />
equivocadas. O criminologista James Alan Fox explicou <strong>que</strong> seu<<strong>br</strong> />
alerta quanto a um "banho <strong>de</strong> sangue" fora, na verda<strong>de</strong>, um exagero<<strong>br</strong> />
intencional. "Eu nunca disse <strong>que</strong> veríamos sangue correndo nas ruas",