05.03.2014 Views

freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br

freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br

freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

geralmente dispõe <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> dados com inúmeras<<strong>br</strong> />

variáveis, nenhuma aleatoriamente gerada, sendo <strong>que</strong> algumas<<strong>br</strong> />

estão relacionadas e outras, não. Nessa barafunda, é preciso<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>terminar quais fatores se correlacionam e quais, não.<<strong>br</strong> />

No caso dos dados do Es<strong>tudo</strong> Longitudinal da Primeira<<strong>br</strong> />

Infância, imaginemos <strong>que</strong> a análise <strong>de</strong> regressão cumpra a seguinte<<strong>br</strong> />

tarefa: converter cada uma <strong>de</strong>ssas 20 mil crianças em ida<strong>de</strong> escolar<<strong>br</strong> />

numa espécie <strong>de</strong> painel eletrônico com idêntico número <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

botões, cada um <strong>de</strong>les representando uma categoria <strong>de</strong> dados da<<strong>br</strong> />

criança: suas notas <strong>de</strong> matemática da 1 ª série, suas notas <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

matemática da 3 ª série, sua média em leitura na 1 ª série, a média em<<strong>br</strong> />

leitura na 3 ª série, o grau <strong>de</strong> instrução da mãe, a renda do pai, o<<strong>br</strong> />

número <strong>de</strong> livros <strong>que</strong> ela tem em casa, a abastança relativa da<<strong>br</strong> />

vizinhança e daí por diante.<<strong>br</strong> />

Agora o pesquisador é capaz <strong>de</strong> tirar algumas conclusões <strong>de</strong>sse<<strong>br</strong> />

mesmo conjunto complicado <strong>de</strong> dados. Ele po<strong>de</strong> juntar as crianças<<strong>br</strong> />

<strong>que</strong> partilhem várias características — todos os painéis eletrônicos<<strong>br</strong> />

<strong>que</strong> tenham os botões virados na mesma direção — e, em seguida,<<strong>br</strong> />

pescar a característica <strong>que</strong> elas não partilham. E esse o meio <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

i<strong>de</strong>ntificar o real impacto da<strong>que</strong>le único botão no amplo painel<<strong>br</strong> />

eletrônico. E assim <strong>que</strong> o efeito <strong>de</strong>sse botão — e, mais cedo ou mais<<strong>br</strong> />

tar<strong>de</strong>, o <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong>les — fica evi<strong>de</strong>nte.<<strong>br</strong> />

Digamos <strong>que</strong> <strong>de</strong>sejemos <strong>de</strong>sco<strong>br</strong>ir, por meio dos dados <strong>de</strong>sse<<strong>br</strong> />

es<strong>tudo</strong>, a resposta para uma <strong>que</strong>stão fundamental so<strong>br</strong>e<<strong>br</strong> />

parentalida<strong>de</strong> e educação: ter um monte <strong>de</strong> livros em casa<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>termina um bom <strong>de</strong>sempenho da criança na escola? A análise <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

regressão não tem como respon<strong>de</strong>r a essa pergunta, mas é capaz<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r a outra ligeiramente diferente: uma criança <strong>que</strong><<strong>br</strong> />

tenha em sua casa um monte <strong>de</strong> livros costuma se sair melhor na<<strong>br</strong> />

escola do <strong>que</strong> uma cuja casa não a<strong>br</strong>igue livro algum? A diferença<<strong>br</strong> />

entre a primeira e a segunda pergunta é a diferença entre<<strong>br</strong> />

causalida<strong>de</strong> (1ª pergunta) e correlação (2ª pergunta). Uma análise<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> regressão po<strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar correlação, mas não comprova<<strong>br</strong> />

causalida<strong>de</strong>. Afinal, existem muitas maneiras pelas quais duas<<strong>br</strong> />

variáveis se correlacionam. X po<strong>de</strong> causar Y; Y po<strong>de</strong> causar X;<<strong>br</strong> />

algum terceiro fator po<strong>de</strong> estar

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!