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freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br

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financeiros viriam a cair nas mãos <strong>de</strong> um economista, permitindo<<strong>br</strong> />

uma análise <strong>de</strong> um empreendimento criminoso até então<<strong>br</strong> />

inexplorado.<<strong>br</strong> />

Afinal, como funcionava a gangue? Para falar francamente, <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

maneira muito semelhante à da maioria das empresas americanas,<<strong>br</strong> />

embora nenhuma operação se assemelhasse mais à <strong>de</strong>la do <strong>que</strong> a<<strong>br</strong> />

do McDonald's. Com efeito, se puséssemos o <strong>org</strong>anograma do<<strong>br</strong> />

McDonald's <strong>lado</strong> a <strong>lado</strong> com o dos Black Disciples, seria difícil<<strong>br</strong> />

diferenciá-los.<<strong>br</strong> />

A gangue em <strong>que</strong> Venkatesh penetrara era uma entre cerca <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

100 sucursais – verda<strong>de</strong>iros fran<strong>que</strong>ados – <strong>de</strong> uma <strong>org</strong>anização<<strong>br</strong> />

Black Disciples mais ampla. J.T., o lí<strong>de</strong>r com nível universitário <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

sua fran<strong>que</strong>ada, reportava-se a uma li<strong>de</strong>rança central <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

aproximadamente 20 homens, chamada, sem ironia, <strong>de</strong> Conselho<<strong>br</strong> />

(ao mesmo tempo em <strong>que</strong> mauricinhos <strong>br</strong>ancos se esforçavam<<strong>br</strong> />

para imitar a cultura rapper do gueto negro, os bandidos do gueto<<strong>br</strong> />

negro se esforçavam para imitar o modo executivo <strong>de</strong> pensar dos<<strong>br</strong> />

pais dos mauricinhos). J.T. entregava ao Conselho quase 20% <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

sua receita em troca do direito <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r crack numa área<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>marcada <strong>de</strong> 12 quarteirões. O resto do dinheiro ele dividia como<<strong>br</strong> />

quisesse.<<strong>br</strong> />

Três "executivos" se reportavam diretamente a J.T.: um "xerife"<<strong>br</strong> />

(<strong>que</strong> garantia a segurança dos mem<strong>br</strong>os da quadrilha), um<<strong>br</strong> />

tesoureiro (<strong>que</strong> tomava conta do patrimônio liquido) e um<<strong>br</strong> />

mensageiro (<strong>que</strong> levava ao fornecedor e <strong>de</strong>le recebia gran<strong>de</strong>s<<strong>br</strong> />

quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> droga e <strong>de</strong> dinheiro). Abaixo dos "executivos"<<strong>br</strong> />

ficavam os ven<strong>de</strong>dores <strong>de</strong> rua, conhecidos como soldados. A meta<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> um soldado era um dia chegar a executivo. J.T. chegava a ter <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

25 a 75 soldados em sua folha <strong>de</strong> pagamento, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da época<<strong>br</strong> />

do ano (o outono era a melhor estação para o crack, sendo o verão e<<strong>br</strong> />

o Natal, períodos fracos) e do tamanho do território da gangue (<strong>que</strong><<strong>br</strong> />

em dado momento do<strong>br</strong>ou, quando os Black Disciples efetuaram<<strong>br</strong> />

uma encampação hostil dos domínios <strong>de</strong> uma gangue rival). No<<strong>br</strong> />

patamar mais baixo da <strong>org</strong>anização <strong>de</strong> J.T. podia haver até 200<<strong>br</strong> />

mem<strong>br</strong>os, conhecidos como a ralé. Esses não tinham nenhum<<strong>br</strong> />

vínculo empregatício, mas

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