freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br
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PARTE DO CORPO LESADA OU PERDIDA<<strong>br</strong> />
INDENIZAÇÃO EM REMUNERAÇÕES SEMANAIS<<strong>br</strong> />
Pâncreas 416<<strong>br</strong> />
Coração 520<<strong>br</strong> />
Mama 35<<strong>br</strong> />
Ovário 35<<strong>br</strong> />
Testículo 35<<strong>br</strong> />
Pénis 35-104<<strong>br</strong> />
Vagina 35-104<<strong>br</strong> />
Apenas para argumentar, façamos uma pergunta in<strong>de</strong>cente:<<strong>br</strong> />
qual a relação <strong>de</strong> valor entre um feto e um recém-nascido? Diante<<strong>br</strong> />
da tarefa salomônica <strong>de</strong> sacrificar a vida <strong>de</strong> um recém-nascido em<<strong>br</strong> />
troca <strong>de</strong> um número in<strong>de</strong>terminado <strong>de</strong> fetos, <strong>que</strong> número você<<strong>br</strong> />
escolheria? Este não é senão um exercício <strong>de</strong> raciocínio —<<strong>br</strong> />
obviamente não existe uma resposta certa —, mas talvez aju<strong>de</strong> a<<strong>br</strong> />
esclarecer o impacto do aborto so<strong>br</strong>e a criminalida<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />
Para alguém <strong>que</strong> seja <strong>de</strong>finitivamente pró-vida ou<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>finitivamente pró-escolha, esse é um cálculo simples. O<<strong>br</strong> />
primeiro, acreditando <strong>que</strong> a vida começa com a concepção,<<strong>br</strong> />
provavelmente consi<strong>de</strong>raria o valor <strong>de</strong> um recém-nascido versus o<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> um feto como sendo 1 para 1. O segundo, acreditando <strong>que</strong> o<<strong>br</strong> />
direito <strong>de</strong> uma mulher <strong>de</strong> escolher o aborto supera qual<strong>que</strong>r outro<<strong>br</strong> />
fator, provavelmente diria <strong>que</strong> nenhum número <strong>de</strong> fetos equivale<<strong>br</strong> />
ao valor <strong>de</strong> um recém-nascido <strong>que</strong> seja.<<strong>br</strong> />
Tomemos, porém, uma terceira pessoa (se você se i<strong>de</strong>ntifica<<strong>br</strong> />
intimamente com a primeira ou a segunda pessoa acima, talvez se<<strong>br</strong> />
sinta agredido pelo exercício a seguir e prefira pular os dois próximos<<strong>br</strong> />
parágrafos). Esta terceira pessoa não crê <strong>que</strong> um feto seja<<strong>br</strong> />
equivalente a um recém-nascido na proporção <strong>de</strong> 1 para 1, mas<<strong>br</strong> />
também não acredita <strong>que</strong> a um feto não possa ser atribuído valor<<strong>br</strong> />
algum. Digamos <strong>que</strong>, uma vez o<strong>br</strong>igado a atribuir um valor<<strong>br</strong> />
relativo, apenas para argumentar, ele <strong>de</strong>cida <strong>que</strong> um recémnascido<<strong>br</strong> />
equivale a 100 fetos.