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freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br

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A economia é, em essência, o es<strong>tudo</strong> dos incentivos: como as<<strong>br</strong> />

pessoas conseguem o <strong>que</strong> <strong>que</strong>rem, ou aquilo <strong>de</strong> <strong>que</strong> precisam,<<strong>br</strong> />

principalmente quando outras pessoas <strong>que</strong>rem a mesma coisa ou<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>la precisam. Os economistas adoram incentivos. Adoram bolá-los<<strong>br</strong> />

e pô-los em prática, estudá-los e <strong>br</strong>incar com eles. O economistapadrão<<strong>br</strong> />

acredita <strong>que</strong> o mundo ainda não inventou um problema cuja<<strong>br</strong> />

solução ele não possa inventar, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> <strong>que</strong> lhe seja dada carta <strong>br</strong>anca<<strong>br</strong> />

para elaborar o es<strong>que</strong>ma <strong>de</strong> incentivo apropriado. Essa solução nem<<strong>br</strong> />

sempre é bonita – ela po<strong>de</strong> incluir coação ou multas exorbitantes,<<strong>br</strong> />

bem como a violação das liberda<strong>de</strong>s civis –, mas o problema original<<strong>br</strong> />

com certeza será resolvido. Um incentivo é uma bala, uma alavanca,<<strong>br</strong> />

uma chave: geralmente um objeto pe<strong>que</strong>no com incrível po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

alterar uma situação.<<strong>br</strong> />

Apren<strong>de</strong>mos a reagir a incentivos, negativos e positivos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<<strong>br</strong> />

início da vida. Se você engatinhar até o forno <strong>que</strong>nte e encostar a<<strong>br</strong> />

mão nele, vai <strong>que</strong>imar o <strong>de</strong>do, mas se trouxer apenas notas 10 da<<strong>br</strong> />

escola, o prêmio é uma bicicleta nova. Se for flagrado com o <strong>de</strong>do<<strong>br</strong> />

no nariz durante a aula, você vira piada, mas se vencer campeonatos<<strong>br</strong> />

para o time <strong>de</strong> bas<strong>que</strong>te, passa a ser o lí<strong>de</strong>r da turma. Se chegar em<<strong>br</strong> />

casa <strong>de</strong>pois da hora, o castigo é certo, mas se tirar boas notas no<<strong>br</strong> />

colégio, carimba o passaporte para uma boa universida<strong>de</strong>. Se levar<<strong>br</strong> />

bomba no curso <strong>de</strong> direito, vai precisar trabalhar na seguradora do<<strong>br</strong> />

papai, mas caso se <strong>de</strong>sta<strong>que</strong> a ponto <strong>de</strong> uma empresa concorrente<<strong>br</strong> />

disputar seu passe, ganha a vice-presidência, não precisando mais<<strong>br</strong> />

trabalhar para o papai. Se a euforia do novo cargo o levar a exce<strong>de</strong>r o<<strong>br</strong> />

limite <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> na volta para casa, fará jus a uma multa <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

$100, mas se no final do ano atingir sua meta <strong>de</strong> vendas, embolsando<<strong>br</strong> />

uma gratificação polpuda, não só os $100 da multa se transformam<<strong>br</strong> />

em mixaria, como você vai po<strong>de</strong>r comprar a<strong>que</strong>le fogão estupendo<<strong>br</strong> />

no qual seu filho, na fase <strong>de</strong> engatinhar, po<strong>de</strong>rá <strong>que</strong>imar o próprio<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>dinho.<<strong>br</strong> />

Incentivos não passam <strong>de</strong> meios para estimular as pessoas a<<strong>br</strong> />

fazer mais coisas boas e menos coisas ruins. Mas a maioria <strong>de</strong>les não<<strong>br</strong> />

surge espontaneamente. Alguém – um economista, um político, os<<strong>br</strong> />

pais – tem <strong>que</strong> criá-lo. Seu filho pe<strong>que</strong>no comeu verduras e

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