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freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br

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Fryer acabou por se perguntar: essa cultura negra diferente<<strong>br</strong> />

seria uma causa da disparida<strong>de</strong> econômica entre negros e <strong>br</strong>ancos<<strong>br</strong> />

ou meramente um reflexo <strong>de</strong>sta?<<strong>br</strong> />

Como ocorreu com o Es<strong>tudo</strong> Longitudinal, Fryer foi buscar a<<strong>br</strong> />

resposta em uma pilha <strong>de</strong> dados: informações contidas nas<<strong>br</strong> />

certidões <strong>de</strong> nascimento <strong>de</strong> cada criança nascida na Califórnia<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1961. Os dados, a<strong>br</strong>angendo mais <strong>de</strong> 16 milhões <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

nascimentos, incluíam itens-padrão, como nome, sexo, raça, peso<<strong>br</strong> />

do nascituro e o estado civil dos pais, bem como fatores mais<<strong>br</strong> />

reve<strong>lado</strong>res so<strong>br</strong>e a família: o código postal (<strong>que</strong> indica o status<<strong>br</strong> />

socioeconômico e a composição racial <strong>de</strong> um bairro), os recursos<<strong>br</strong> />

para o pagamento da conta do hospital (novamente um indicador<<strong>br</strong> />

econômico) e o nível <strong>de</strong> instrução dos pais.<<strong>br</strong> />

Os dados californianos comprovaram o quão diferente são os<<strong>br</strong> />

pais negros dos <strong>br</strong>ancos na hora <strong>de</strong> dar nome aos filhos. Pais<<strong>br</strong> />

<strong>br</strong>ancos e ásio-americanos, enquanto isso, põem nomes bastante<<strong>br</strong> />

semelhantes em seus filhos. Existe uma certa disparida<strong>de</strong> entre os<<strong>br</strong> />

pais <strong>br</strong>ancos e os hispano-americanos, mas ela é insignificante<<strong>br</strong> />

diante da diferença observada quando se trata <strong>de</strong> negros e <strong>br</strong>ancos.<<strong>br</strong> />

Os dados também mostram <strong>que</strong> esse abismo entre negros e<<strong>br</strong> />

<strong>br</strong>ancos é um fenômeno recente. Até o início dos anos 70, havia<<strong>br</strong> />

bastante semelhança entre os nomes dos negros e os dos <strong>br</strong>ancos. A<<strong>br</strong> />

menina nascida numa comunida<strong>de</strong> negra em 1970 recebia um<<strong>br</strong> />

nome duas vezes mais comum entre os negros do <strong>que</strong> entre os<<strong>br</strong> />

<strong>br</strong>ancos. Em 1980, passou a receber um nome vinte vezes mais<<strong>br</strong> />

comum entre negros (os nomes <strong>de</strong> meninos acompanharam a<<strong>br</strong> />

mesma tendência, com agressivida<strong>de</strong> menor, porém —<<strong>br</strong> />

provavelmente por<strong>que</strong> os pais <strong>de</strong> todas as raças são menos<<strong>br</strong> />

audaciosos com os nomes <strong>de</strong> meninos do <strong>que</strong> com os <strong>de</strong> meninas).<<strong>br</strong> />

Tendo em vista a localização e a época <strong>de</strong>ssa mudança — áreas<<strong>br</strong> />

urbanas populosas on<strong>de</strong> o ativismo afro-americano vinha ganhando<<strong>br</strong> />

força —, a causa mais provável <strong>de</strong>ssa explosão <strong>de</strong> nomes negros<<strong>br</strong> />

ostensivamente distintos parecia ser o movimento Black Power,<<strong>br</strong> />

<strong>que</strong> buscou acentuar a cultura africana e combater a o argumento<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> <strong>que</strong> os

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