freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br
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por outra, passar a noite fora <strong>de</strong> casa. O fato <strong>de</strong> <strong>que</strong> essa<<strong>br</strong> />
fraternida<strong>de</strong> promovia a cantoria <strong>de</strong> hinos semi-religiosos, a<<strong>br</strong> />
prestação <strong>de</strong> juramentos e a entoação <strong>de</strong> louvores a si própria –<<strong>br</strong> />
<strong>tudo</strong> <strong>de</strong> forma ultra-secreta – só a tornava mais sedutora.<<strong>br</strong> />
Kennedy também <strong>de</strong>sco<strong>br</strong>iu ser a Klan uma operação<<strong>br</strong> />
financeira vigarista, ao menos para a<strong>que</strong>les em seu topo. Os lí<strong>de</strong>res<<strong>br</strong> />
possuíam uma série <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> renda: milhares <strong>de</strong> mem<strong>br</strong>os<<strong>br</strong> />
contribuindo com taxas o<strong>br</strong>igatórias; empresários <strong>que</strong> a<<strong>br</strong> />
contratavam para amedrontar os sindicatos <strong>que</strong>, por sua vez,<<strong>br</strong> />
pagavam a ela para não serem importunados; comícios <strong>que</strong><<strong>br</strong> />
angariavam enormes doações em dinheiro e até mesmo o eventual<<strong>br</strong> />
contrabando <strong>de</strong> armas ou bebidas, sem contar as negociatas, como a<<strong>br</strong> />
Associação <strong>de</strong> Seguros <strong>de</strong> Vida da Klan, <strong>que</strong> vendia apólices para os<<strong>br</strong> />
mem<strong>br</strong>os, aceitando exclusivamente dinheiro vivo ou che<strong>que</strong>s<<strong>br</strong> />
emitidos em nome do próprio Gran<strong>de</strong> Dragão.<<strong>br</strong> />
Poucas semanas na Klan bastaram para Kennedy se <strong>de</strong>cidir a<<strong>br</strong> />
investir contra ela como lhe fosse possível. Quando tomou<<strong>br</strong> />
conhecimento dos planos para a invasão <strong>de</strong> um sindicato, passou a<<strong>br</strong> />
informação para um amigo sindicalizado. Levou, ainda, outras<<strong>br</strong> />
informações <strong>que</strong> obteve na Klan ao assistente do procurador-geral<<strong>br</strong> />
da Geórgia, um conhecido perseguidor da <strong>org</strong>anização. Depois <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
examinar o estatuto <strong>de</strong> constituição da Klan, Kennedy escreveu<<strong>br</strong> />
para o governador da Geórgia sugerindo os fundamentos para a<<strong>br</strong> />
revogação do dito estatuto: a Klan havia sido fundada para ser uma<<strong>br</strong> />
entida<strong>de</strong> não-lucrativa e apolítica, mas ele tinha provas <strong>de</strong> <strong>que</strong> a<<strong>br</strong> />
mesma visava, claramente, tanto o lucro quanto a política.<<strong>br</strong> />
Nenhuma <strong>de</strong> suas tentativas produziu o efeito <strong>de</strong>sejado. A<<strong>br</strong> />
Klan estava <strong>de</strong> tal forma enraizada e forte <strong>que</strong> Kennedy se sentiu<<strong>br</strong> />
como alguém <strong>que</strong> atira seixos em um gigante. E ainda <strong>que</strong> conseguisse<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> alguma forma prejudicar a <strong>org</strong>anização em Atlanta, os<<strong>br</strong> />
milhares <strong>de</strong> outras se<strong>de</strong>s em todo o país – a associação se encontrava<<strong>br</strong> />
agora em pleno ressurgimento – permaneceriam intocados.<<strong>br</strong> />
Kennedy ficou profundamente frustrado, e <strong>de</strong>ssa frustração<<strong>br</strong> />
<strong>br</strong>otou uma idéia <strong>br</strong>ilhante. Assistira, certa vez, um grupo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
meninos se divertirem com um jogo <strong>de</strong> espionagem no qual<<strong>br</strong> />
trocavam