freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br
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feitas <strong>de</strong> seda, um material <strong>de</strong>licado, caro e cada vez mais escasso.<<strong>br</strong> />
Em 1941, já haviam sido vendidos cerca <strong>de</strong> 64 milhões <strong>de</strong> pares <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
meias <strong>de</strong> náilon — um número <strong>de</strong> meias maior do <strong>que</strong> o <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
mulheres adultas nos Estados Unidos. Essas meias, <strong>que</strong> eram<<strong>br</strong> />
baratas e altamente atraentes, se tornaram praticamente um vício.<<strong>br</strong> />
A DuPont <strong>de</strong>ra a tacada com <strong>que</strong> todo mar<strong>que</strong>teiro sonha:<<strong>br</strong> />
levar classe às massas. Nesse aspecto, a invenção das meias <strong>de</strong> náilon<<strong>br</strong> />
foi muito semelhante à invenção do crack <strong>de</strong> cocaína.<<strong>br</strong> />
Nos anos 70, para uma pessoa chegada ao consumo <strong>de</strong> drogas<<strong>br</strong> />
nenhuma droga tinha mais classe do <strong>que</strong> a cocaína. Adorada pelos<<strong>br</strong> />
astros do rock e do cinema, jogadores <strong>de</strong> bas<strong>que</strong>te e <strong>de</strong> outros<<strong>br</strong> />
esportes com bola e até mesmo por um ou outro político, a cocaína<<strong>br</strong> />
era a droga do po<strong>de</strong>r e da ousadia. Era limpa, <strong>br</strong>anca e charmosa. A<<strong>br</strong> />
heroína era "pra baixo" e a maconha, anestesiante, mas a cocaína<<strong>br</strong> />
produzia uma bela "viagem".<<strong>br</strong> />
Em compensação, a cocaína também custava muito caro. E o<<strong>br</strong> />
"barato" produzido era <strong>de</strong> curta duração. Tudo isso levou seus<<strong>br</strong> />
usuários a tentarem aumentar a potência da droga, primeiramente<<strong>br</strong> />
por meio do freebasing — adicionando amônia e éter etílico fosse à<<strong>br</strong> />
cocaína hidroclorídrica ou à cocaína em pó e, <strong>de</strong>pois, a<strong>que</strong>cendo-a<<strong>br</strong> />
para liberar a "base" da cocaína. Mas esse era um processo perigoso.<<strong>br</strong> />
Como foi amplamente comprovado por Richard Pryor — <strong>que</strong><<strong>br</strong> />
quase morreu fazendo uso <strong>de</strong>le —, é melhor <strong>de</strong>ixar a química com<<strong>br</strong> />
os químicos.<<strong>br</strong> />
Enquanto isso, os traficantes e aficcionados <strong>de</strong> cocaína em<<strong>br</strong> />
todo o país — e provavelmente no Caribe e na América do Sul —<<strong>br</strong> />
trabalhavam numa versão mais segura da cocaína <strong>de</strong>stilada.<<strong>br</strong> />
Desco<strong>br</strong>iram <strong>que</strong> o processo <strong>de</strong> misturar o pó da cocaína em uma<<strong>br</strong> />
panela com soda e água e em seguida reduzir o líquido resultava em<<strong>br</strong> />
pe<strong>que</strong>nas pedras <strong>de</strong> cocaína para ser fumada. O nome crack<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>rivou do som produzido pela soda durante o cozimento. Outros<<strong>br</strong> />
apelidos carinhosos viriam <strong>de</strong>pois: Rock, Kryptonite, Kiblles 'n<<strong>br</strong> />
Bits, Scrabble and Love. No início dos anos 80, a droga <strong>de</strong> classe<<strong>br</strong> />
ficou disponível para as massas. Agora, só faltavam duas coisas<<strong>br</strong> />
para fazer do crack um fenômeno: um fornecimento abundante