freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br
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O es<strong>tudo</strong> avaliou o <strong>de</strong>sempenho acadêmico dos alunos e<<strong>br</strong> />
coletou informações básicas so<strong>br</strong>e cada um <strong>de</strong>les: raça, sexo,<<strong>br</strong> />
estrutura familiar, nível socioeconômico, nível <strong>de</strong> instrução dos pais e<<strong>br</strong> />
daí por diante. Seu alcance, porém, se esten<strong>de</strong>u além <strong>de</strong>ssa base,<<strong>br</strong> />
incluindo ainda entrevistas com os pais (e os professores e diretores<<strong>br</strong> />
das escolas), em <strong>que</strong> era feita uma longa lista <strong>de</strong> perguntas mais<<strong>br</strong> />
íntimas do <strong>que</strong> as <strong>que</strong> normalmente constam dos formulários<<strong>br</strong> />
oficiais: se os pais espancavam os filhos e com <strong>que</strong> regularida<strong>de</strong>; se<<strong>br</strong> />
os levavam para visitar bibliotecas ou museus; quanto tempo as<<strong>br</strong> />
crianças gastavam por dia vendo televisão.<<strong>br</strong> />
O resultado foi um riquíssimo conjunto <strong>de</strong> dados <strong>que</strong>, uma vez<<strong>br</strong> />
<strong>que</strong> se façam as perguntas corretas, contam uma história<<strong>br</strong> />
surpreen<strong>de</strong>nte.<<strong>br</strong> />
Como é possível <strong>que</strong> esse tipo <strong>de</strong> dados conte uma história<<strong>br</strong> />
confiável? Submetendo-o ao artifício favorito dos economistas: a<<strong>br</strong> />
análise <strong>de</strong> regressão. Não, a análise <strong>de</strong> regressão não é uma forma<<strong>br</strong> />
ultrapassada <strong>de</strong> tratamento psiquiátrico, mas uma ferramenta<<strong>br</strong> />
po<strong>de</strong>rosa — embora limitada — <strong>que</strong> utiliza técnicas estatísticas<<strong>br</strong> />
para i<strong>de</strong>ntificar correlações <strong>que</strong> <strong>de</strong> outra forma nos escapariam.<<strong>br</strong> />
Correlação não é senão um termo estatístico <strong>que</strong> indica se duas<<strong>br</strong> />
variáveis caminham juntas. Costuma fazer frio quando neva; esses<<strong>br</strong> />
dois fatores estão positivamente correlacionados. Sol e chuva,<<strong>br</strong> />
enquanto isso, têm correlação negativa. Nada mais fácil — <strong>de</strong>s<strong>de</strong><<strong>br</strong> />
<strong>que</strong> existam apenas umas poucas variáveis. No entanto, quando se<<strong>br</strong> />
trata <strong>de</strong> umas poucas centenas <strong>de</strong> variáveis, <strong>tudo</strong> fica mais difícil. A<<strong>br</strong> />
análise <strong>de</strong> regressão é a ferramenta <strong>que</strong> capacita um economista a<<strong>br</strong> />
or<strong>de</strong>nar essas enormes pilhas <strong>de</strong> dados. Isso é feito tornando<<strong>br</strong> />
artificialmente constante todas as variáveis, salvo as duas <strong>que</strong><<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>sejamos examinar para <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>monstrar como as mesmas se<<strong>br</strong> />
correlacionam.<<strong>br</strong> />
Em um mundo perfeito, um economista po<strong>de</strong> realizar uma<<strong>br</strong> />
experiência controlada exatamente como faz um físico ou um<<strong>br</strong> />
biólogo: escolhendo duas amostras, manipulando aleatoriamente<<strong>br</strong> />
uma <strong>de</strong>las e avaliando o efeito. Mas um economista raramente tem<<strong>br</strong> />
a seu dispor uma experiência tão pura (razão pela qual o sorteio para<<strong>br</strong> />
escolha <strong>de</strong> escolas em Chicago foi uma coincidência tão feliz). Ele